Antítese – O que é? Como usar? Exemplos e Exercícios Resolvidos
Está com dúvidas nas aulas de português sobre antítese? Então confira, aqui no Gestão Educacional, como usar, exemplos e exercícios resolvidos para você!
- Publicado: 04/04/2019
- Atualizado: 08/04/2019: 13 07
- Por: Alexandre Peres
A antítese é um dos vários tipos de figuras de linguagem da língua portuguesa. Basicamente, é a contraposição de uma palavra ou frase a outra de significado oposto. Há, portanto, um contraste entre as palavras ou frases contrapostas. Veja um exemplo para compreender melhor:
“Fulano está muito mal de saúde: ele está entre a vida e a morte…”. Neste exemplo, perceba que os termos “vida” e “morte” foram empregados para criar um contraste. Os termos em destaque são antônimos um do outro, ou seja, o primeiro tem um sentido oposto ao do segundo, e vice-versa.
Os antônimos, por sua vez, podem ser divididos em categorias. Confira, abaixo, as informações completas sobre antônimos para aprofundar-se no assunto e sanar todas as suas dúvidas!
O que é antítese?
A antítese é uma figura de linguagem, mas está dentro de uma subdivisão. As figuras de linguagem são divididas em: figuras de palavras (tropos), figuras de construção e figuras de pensamento.
A antítese, assim como o paradoxo, o clímax, a preterição, a antífrase, o eufemismo, a litote e a alusão, são tipos de figuras de pensamento.
Como usar a antítese?
A antítese, como as demais figuras de linguagem, é frequentemente utilizada na literatura, no teatro, na poesia, na música, no cinema, etc., como recurso estilístico para criar um efeito diferenciado, chamar mais a atenção, reforçar uma ideia, estabelecer um contraste, entre outras funções.
Confira alguns exemplos:
– “Nossos amigos e inimigos estão, amiúde, em posição trocadas: uns nos querem mal, e nos fazem bem; outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal” (Rui Barbosa);
– “nada tão mole
que não possa dizê-lo
osso
nada tão duro
que não possa dizer
posso” (LEMINSKI, 2013, p. 41)
“nada que o sol
não explique
nada que a lua
mais chique
não tem chuva
que desbote essa flor” (LEMINSKI, 2013, p. 46).
“de som a som
ensino o silêncio
a ser sibilino
de sino em sino
o silêncio ao som
ensino” (LEMINSKI, 2013, p. 149)
“onde queres revolver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
Onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão…” (“O Quereres”, de Caetano Veloso)
Nesse trecho de uma música de Caetano Veloso, o cantor coloca como antônimos uma série de palavras que, tradicionalmente, não o são. Por exemplo, opor “revolver” a “coqueiro”, possivelmente com os sentidos, respectivamente, de “revolução” e “paz”.
Essa música é um bom exemplo de como as figuras de linguagem podem servir como recurso estilístico para se atingir uma série de efeitos diferentes.
Exercício Resolvidos
1) Ligue as palavras da esquerda com seus antônimos na direita.
a) Paixão ( ) Passageiro
b) Claro ( ) Bruto
c) Efêmero ( ) Gigante
d) Definitivo ( ) Ódio
e) Minúsculo ( ) Escuro
f) Delicado ( ) Duradouro
2) Identifique os antônimos nos poemas de Paulo Leminski, a seguir.
a) Tempo lento,
Espaço rápido,
Quanto mais penso,
Menos capto.
Se não pego isso
Que me passa no íntimo,
Importa muito?
Rapto o ritmo.
Espaçotempo ávido,
Lento espaçodentro,
Quando me aproximo,
Simplesmente me desfaço,
Apenas o mínimo
Em matéria de máximo (LEMINSKI, 2013, p. 183).
b) “de repente
me lembro do verde
da cor verde
a mais verde que existe
a cor mais alegre
a cor mais triste
o verde que vestes
o verde que vestiste
o dia em que eu te vi
o dia em que me vista […]” (LEMINSKI, 2013, p. 100)
c) “quero a vitória
do time de várzea
valente
covarde
a derrota
do campeão
5 x 0
Em seu próprio chão
Circo
Dentro
Do pão” (LEMINSKI, 2013, p. 99).
RESPOSTAS
1. D, F, E A, B C
2.
a) lento e rápido; mínimo e máximo;
b) alegre e triste;
c) vitória e derrota; valente e covarde.