Arte gótica – Arquitetura, Pintura, Escultura, Origem e Autores
Você sabe o que é a arte gótica? Confira, aqui no Gestão Educacional, informações completas sobre o assunto, sua origem e suas obras.
- Publicado: 18/06/2019
- Atualizado: 18/06/2019: 13 47
- Por: Alexandre Peres
A arte gótica foi um estilo de arte que perdurou do século XII ao XV, marcando o fim do chamado estilo românico e o começo do Renascimento. Ele surgiu no norte da França, onde tornou-se bastante popular, expandindo-se posteriormente a diversos outros países.
O estilo gótico surgiu como um contraponto ao estilo românico, estilo predominante de construção de mosteiros e basílicas em grande parte da Idade Média.
Confira tudo sobre o estilo gótico neste artigo que nós, do Gestão Educacional, preparamos para você!
A arquitetura gótica
Apesar de suas influências serem sentidas na escultura e na pintura, foi na arquitetura que o estilo gótico mais se destacou. Basta levar-se em consideração as diversas catedrais francesas nesse estilo, como, dentre outras, a Catedral de Chartres (1194-1220) e a Catedral de Notre-Dame (1163-1345). Pelo fato de ser amplamente utilizada para a construção de catedrais, a arte gótica também recebe o nome de arte das catedrais.
Há catedrais góticas famosas em outros países, também, como a Catedral de Milão (1386-1768), na Itália, a Catedral de Winchester (1079-1100), na Inglaterra, que mistura elementos da arte românica com a gótica, e a Catedral de Santiago de Compostela (1075-1211), na Espanha.
Pode-se considerar a arte gótica como uma arte essencialmente religiosa, uma vez que ela cresceu e se desenvolveu em conjunto com o fortalecimento da Igreja Católica, cuja sede era Roma, de modo que iniciou uma relação entre arte e igreja que serviria de base para o Renascimento Cultural.
A construção de catedrais simboliza justamente essa relação entre arte e religião — e o poder e a influência da Igreja Católica nas grandes cidades, uma vez que o financiamento dessas igrejas se dava especialmente pelas contribuições dos fiéis. O grande tamanho vertical das catedrais simbolizava justamente o tamanho da fé em comparação ao homem.
Além das catedrais, a arquitetura gótica também foi utilizada na construção de edifícios para a burguesia crescente.
A pintura e a escultura gótica
Já as esculturas góticas eram, no início, incorporadas às próprias construções góticas, nas entradas, fachadas e nos portais das catedrais. Nelas, predominou-se o naturalismo, com figuras mais reais e providas de sentimento.
A pintura, por sua vez, foi menos difundida que as demais formas de arte. Isso porque, na época, a tapeçaria e os vitrais eram mais populares. Nas próprias catedrais, a decoração das paredes dava-se muito mais frequentemente pelo uso de vitrais.
No período gótico, a pintura foi mais expressiva em outros gêneros, como na pintura de retábulos, estruturas de madeira ou mármore localizadas atrás do altar de igrejas e catedrais, e na confecção de iluminuras em manuscritos, com figuras igualmente pendendo mais ao real.
Onde surgiu o termo gótico?
O termo gótico surgiu já no final do estilo, quando Giorgio Vasari (1511-1574), grande nome do Renascimento, referiu-se ao movimento gótico de maneira pejorativa e crítica. O termo “gótico” possivelmente tem relação com o termo “godos”, nome do povo, à época chamado bárbaro, que invadiu e destruiu Roma em 410.
Com este paralelo, Vasari nitidamente teceu uma crítica ao movimento, o qual ele considerava bárbaro e antiquado. Nos séculos seguintes, entretanto, esse lado pejorativo do termo se perderia.
Quais são as principais características da arte gótica?
Na arquitetura, algumas das principais características da arte gótica são:
- Tendência ao verticalismo, com construções verticalmente grandes, atingindo o céu (contrapondo-se ao horizontalismo vigente);
- Uso dos chamados Arco Ogival e Arcobotante, possibilitando construções mais altas;
- Abóboda de arcos cruzados;
- Uso constante de vitrais;
- Grande quantidade de vãos e janelas, aumentando a luz do ambiente;
- Paredes e pilares finos e leves.
Já na escultura, o estilo apresenta as seguintes características:
- No início, verticalismo, mas logo as esculturas ganham aspecto de movimento e rotatividade, tendo contornos mais nítidos;
- Naturalismo, figuras humanas mais vivas, reais e com sentimento;
- Representação de emoções;
- Representação de figuras monstruosas, como as gárgulas.
E na pintura, as características são:
- Naturalismo;
- Utilização de cores mais claras;
- Simbolismo de cores (cores relacionadas a determinados santos, por exemplo);
- Substituição da luz por fundos dourados.
Principais artistas
Escultores:
- Nicola Pisano (1206-1278);
- Giovanni Pisano (1250-1314);
- Arnolfo di Cambio (1240-1310);
- Giovanni di Balduccio (1290-1339);
- Andrea Pisano (1295-1348);
- Filippo Calendario (1315-1355);
- Andre Beauneveu (1335-1400);
- Claus Sluter (1340-1406).
Pintores:
- Mestre Honoré (1288-1300);
- Cimabue (1240-1302);
- Duccio di Buoninsegna (1255-1319);
- Giotto di Bondone (1267-1337);
- Simoni Martini (1285-1344);
- Pietro Lorenzetti (1320-1345);
- Ambrogio Lorenzetti (1319-1348);
- Jan Van Eyck (1390-1441).