Estrutura das palavras – Quais são? O que são morfemas? Exercícios
Está com dúvidas nas aulas de português sobre a estrutura das palavras? Entenda, aqui no Gestão Educacional, quais são e como são formadas!
- Publicado: 27/05/2019
- Atualizado: 27/05/2019: 12 58
- Por: Alexandre Peres
Assim como as frases podem ser divididas em palavras, as palavras podem ser divididas em unidades ainda menores: os morfemas. A área de estudo da linguística responsável por isso é a morfologia.
Estudar a estrutura da palavra é, portanto, estudar os vários elementos que compõem um vocábulo. Veremos cada um desses elementos neste artigo completo sobre a estrutura das palavras, só aqui, no Gestão Educacional!
O que é um morfema?
Morfemas são as unidades significativas mínimas da língua. Eles podem ser classificados como: radical, desinência, vogal temática, tema, afixos e vogais e consoantes de ligação, como veremos.
Mas antes, entretanto, convém entender o que são, de fato, morfemas e o que significa dizer que eles são as menores unidades da língua com significado.
Se pegarmos o vocábulo menina, por exemplo, poderíamos dividi-lo em:
- Seis fonemas: /m/, /e/, /n/, /i/, /n/ e /a/.
Esses fonemas são representados, na escrita, pelas letras, que podem ser consideradas, portanto, representações gráficas dos fonemas. As relações entre fonemas constituem as sílabas; a relação entre sílabas constitui as palavras; as relações entre palavras constituem frases, orações e sentenças; e a relação dessas resulta em textos.
Entretanto, sozinhos, os fonemas não têm significado próprio. Portanto, apesar de serem a menor unidade sonora da língua, não são a menor unidade com significado, pois este título é ocupado pelos morfemas.
Tomando o mesmo vocábulo, poderíamos dividi-lo em:
- Dois morfemas: menin- e -a.
Ao primeiro morfema, menin-, dá-se o nome radical. Outros termos são formados a partir dele, como menininha, meninada, meninice, etc.
Já ao segundo morfema, responsável por indicar o gênero do vocábulo (se fosse um -o, por exemplo, indicaria masculino), neste caso, o gênero feminino, chamamo-lo desinência de gênero.
Individualmente, cada um desses morfemas têm um significado próprio, portanto, o que os configura como menores unidades significativas da língua.
Vejamos, agora, cada um dos tipos de morfema.
Radical
O radical é o elemento irredutível, ou seja, que não pode ser diminuído ainda mais, e comum às palavras de uma mesma família. Observe o seguinte conjunto:
- Guerra, guerreiro, guerrilha, guerrilheiro, guerrear.
Todas essas palavras foram formadas com base no radical guerr-, que não pode ser diminuído ainda mais, tendo todas elas alguma relação de sentido com a noção de guerra/combate.
Palavras agrupadas em torno de um radical único compõem aquilo que chamamos de família de palavras.
Desinências
As desinências são responsáveis por indicar as flexões dos vocábulos. Elas se juntam ao radical da palavra, em alguns casos intermediadas pelas vogais temáticas, como veremos, e indicam:
- O gênero e o número dos substantivos, adjetivos e alguns pronomes, chamadas desinências nominais;
- O número e a pessoa; o modo e o tempo dos verbos, chamadas desinências verbais.
São desinências nominais:
Exemplos:
- Garoto (poderia ser -a);
- Bolas (poderia ser bolaø).
São desinências verbais:
Exemplos:
- Eu jogo (1ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
- Eles jogaram (3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito);
- Quando tu jogares (3ª. pessoa do plural do futuro do subjuntivo).
Exemplos:
- Eu jogava (pretérito imperfeito do indicativo);
- Vós jogareis (futuro do presente do indicativo + -s de segunda pessoa do plural);
- Estou jogando (gerúndio);
- Se eu o jogasse (pretérito imperfeito do subjuntivo).
Vogais temáticas
São morfemas que se juntam ao radical, preparando-o para receber a desinência, ficando, portanto, no meio de ambas.
Nem todas as formas verbais possuem vogal temática. Dividem-se em:
- Vogais temáticas nominais: são as vogais átonas -a, -e e -o. Juntam-se aos nomes para receber as demais desinências. Substantivos terminados em vogal tônica, como bobó, ou em consoantes (como azul) não possuem vogal temática, sendo chamados atemáticos. Vogais temáticas são diferentes das desinências de gênero, pois alguns substantivos não possuem flexão de gênero, como os dos exemplos – Livro (não exista “livra”), mesa (não existe “meso”), relógio (não existe “relógia”);
- Vogais temáticas verbais: as vogais temáticas são as seguintes: -a (1ª. conjugação, para verbos terminados em -ar), -e (2ª. conjugação, para aqueles terminados em -er) e -i (3ª. conjugação, para aqueles terminados em -ir) e indicam a qual conjugação o verbo pertence – exemplos: Louv-a-ste, vend-e-ra, abr-i-sse.
Tema
O tema tem relação com a vogal temática. Chama-se tema os radicais acrescidos de vogal temática. Juntam-se ao tema as desinências e os sufixos.
- Exemplo de tema: rosa (radical ros- + vogal temática -a).
Afixos
Afixos são elementos que se juntam ao radical, modificando o sentido dele. Podem ser:
- Prefixos: que se juntam ao início do radical. Exemplo: Reviver (re+viv+e+r);
- Sufixos: que se juntam ao final do radical, mudando, ao contrário das desinências, substancialmente o radical, muitas vezes alterando a classe gramatical dele. Exemplo: Terroso (terr+oso, substantivo -> adjetivo).
Vogal de ligação
Vogais de ligação são elementos mórficos sem valor significativo. Elas se juntam à estrutura da palavra apenas para servir de ligação entre os demais elementos, evitando complicações na hora de pronunciá-la.
- Exemplo: gasômetro (gas + o + metro, sendo o -o- uma vogal de ligação, uma vez que não tem significado próprio).
Consoante de ligação
Assim como as vogais de ligação, as consoantes de ligação não têm valor significativo, unindo-se à estrutura da palavra apenas para servir de ligação entre os elementos.
- Exemplo: chaleira (chá + l + eira, sendo o -l- uma consoante de ligação, já que não tem valor significativo).