Parnasianismo: principais autores, obras e influencias
Veja aqui informações completas sobre o Parnasianismo, quais são os principais autores, principais obras do movimento e características.
- Publicado: 01/10/2018
- Atualizado: 24/01/2019: 13 23
- Por: Rafaela Cortes
O Parnasianismo é uma escola literária que aconteceu em conjunto com o Realismo e o Naturalismo, no século XIX, tendo suas primeiras aparições na França, em 1850, buscando a retomada do clássico. O nome do movimento vem de “parnaso”, onde, na mitologia grega, era o monte em que o deus Apolo e as musas da poesia ficavam. Leia mais informações, abaixo.
Características do Parnasianismo
O movimento parnasiano começou na França e tem influencias do positivismo e descobertas científicas do contexto histórico da época. O seu objetivo era ser contrário ao Romantismo.
É interessante salientar que os principais países que tiveram destaque quanto a poesia Parnasiana foram França e Brasil.
Os escritores do movimento queriam priorizar a estética clássica, preferindo estruturas fixas, como os sonetos. Os primeiros poetas desse movimento rejeitavam o lirismo, sendo os principais nomes:
- Théophile Gautier – Mademoiselle de Maupin;
- Leconte de Lisle – Poemes Barbares;
- Sully Prudhomme – Les Vaines Tendresses.
A primeira obra marcante do parnasianismo foi Le Parnasse Contemporain, de vários autores franceses, lançada no ano de 1866 – também uma das influencias para o nome do movimento.
Os poetas pregavam “a arte pela arte”, referindo-se à poesia com a arte por si só, ou seja, sua beleza era suficiente, sendo descritiva e com o uso raro de figuras de linguagem, além dos versos rebuscados – geralmente comparados com uma joia sendo lapidada.
Além disso, o movimento tinha as seguintes características:
Preciosismo
O detalhe é destaque, cada objeto merece atenção em seus mínimos detalhes.
Impessoalidade e Objetividade
O escritor não distorce a realidade do que realmente é, usada como uma forma de combate ao subjetivismo do movimento Romantismo.
Culto à forma
Há uma super valorização da forma, da métrica e da rima, além da perfeição na gramática.
Rimas Ricas
As rimas utilizadas evitam o uso de palavras da mesma classe gramática, além disso, há o uso de rimas do tipo A-B-A-B nas estrofes de quatro versos, porém também usam-se muito as rimas interpoladas.
Veja o exemplo, abaixo, de Alberto de Oliveira (1857-1937), de rimas A-B-A-B no poema Vaso Chinês:
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
“Contador sobre o mármore luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.”
Sonetos
Os poemas tendem a serem sonetos – composição dividida entre duas estrofes de quatro versos e duas estrofes com três versos.
Métrica
O número das sílabas poéticas deve ser sempre o mesmo em cada verso, geralmente priorizados os decassílabos (10 sílabas) ou alexandrinos (12 sílabas). Há outros casos nos quais é necessário, pelo menos, uma simetria constante.
Descrição
Como é possível verificar no poema Vaso Chinês, as principais temáticas são objetos inertes.
Tema Grego-Romano
Mesmo que a estética esteja em primeiro lugar, ainda assim, procura-se estabelecer um conteúdo, que, em sua maioria, tem temas de antiguidade clássica, como deuses, heróis, guerras, objetos e personagens.
Figuras de linguagem
O hipérbato é usado com frequência – figura de linguagem com a inversão da ordem direta das frases.
Encadeamento sintático
Ou enjambement, como é chamado, acontece quando o verso acaba quanto à sua métrica, porém a ideia não acabou, deixando para o verso inferior, ou seja, é preciso ler toda a poesia para compreender a mensagem.
Principais nomes do Parnasianismo no Brasil
Aqui no Brasil, o movimento teve início com Fanfarras, de Teófilo Dias (1854-1889), patrono da cadeira de número 36 da Academia Brasileira de Letras. O movimento perdurou até a chegada do Modernismo com Semana de Arte de 1922.
O Brasil possui a tríade parnasiana composta por Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac. Este (1865-1918) é o mais conhecido, pois era jornalista, tradutor, poeta e um dos fundados da Academia Brasileira de Letras. Foi ele quem escreveu o Hino à Bandeira do Brasil; Esse (1857-1937) era poeta, professor, farmacêutico e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ganhando destaque por Canções Românticas (1878). E aquele (1859-1911) era juiz, poeta e também ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras, tendo a obra de maior destaque nomeada como Primeiros Sonhos (1879).