Polissemia e Homonímia: qual a diferença?
Descubra de uma vez por todas aqui no Gestão Educacional qual a diferença entre polissemia e homonímia, com explicações e exemplos!
- Publicado: 20/04/2023
- Atualizado: 24/04/2023: 13 38
- Por: Lilian Reina Peres
Quer saber o qual é a diferença entre polissemia e homonímia? Ou elas são as mesmas coisas no fim das contas, apenas com nomes diferentes?
Pois continue lendo esta matéria do Gestão Educacional e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!
O que é polissemia?
A polissemia acontece quando um vocábulo tem mais de um significado. O termo “polissemia” vem do grego, sendo uma combinação de “polis” (que significa “muitos”) e “sema” (que diz respeito a “significado”). Sendo assim, é um fenômeno que se relaciona à semântica, área da linguística responsável justamente por estudar os significados.
Em outras palavras, a polissemia é um conjunto de significados que é atribuído a uma só forma que pertence a uma só classe gramatical. Por isso, podemos considerar a polissemia como um fato da língua.
Na verdade, a polissemia é uma característica da maior parte das palavras, pois significados podem variar conforme o contexto em que se aplica um termo. Além dos sentidos diferentes, o uso da linguagem figurada, o surgimento de neologismos, o aparecimento de novas gírias e a própria natureza mutável da língua são fatores que levam à polissemia.
Para se determinar o sentido de uma palavra, portanto, é necessário que ela apareça dentro de um contexto.
Exemplos:
1) A boca desta garrafa está com ferrugem. / 2) Ele tem a boca suja.
1) Aquele evento estava um verdadeiro formigueiro, de tão cheio! / 2) Ela pisou em um formigueiro, por isso seu pé está tão inchado.
1) Não sabia a resposta, então resolveu chutar. / 2) Se ela chutar de tão longe, vai errar o gol.
O que é homonímia?
Já a homonímia acontece quando duas ou mais formas, que são gramaticalmente diferentes (seja por serem escritas de forma diferente ou por pertencerem a classes gramaticais diferentes), têm o mesmo som, ou seja, a mesma estrutura fonológica – os mesmos fonemas, na mesma ordem e com o mesmo tipo de acentuação. O termo vem da junção entre as palavras gregas “homós” (que significa “igual”) e “ónymon” (cuja tradução é “nome”).
Por isso, podemos considerar a homonímia um fato tanto da fala como da escrita. Sendo assim, também é objeto de estudo da semântica, sendo necessário observar, além do significado, a classe e a grafia das palavras.
Exemplos: coser (costurar) e cozer (cozinhar); são (verbo, como: Eles são loucos.) e são (adjetivo, como: Um homem são.); cela (substantivo, o objeto cela) e sela (verbo, ato de selar); cura (do verbo curar, como: Ele cura.) e cura (substantivo, a cura); cedo (do verbo ceder, como em: Cedo o meu direito ao voto.) e cedo (advérbio, como em: Acordei cedo hoje.); etc.
Quando as palavras são idênticas na escrita e na pronúncia, elas são homônimos perfeitos. E é aqui que vem a polêmica: na prática, fica difícil diferenciar se são casos de polissemia ou de homonímia, não havendo consenso nem mesmo entre linguistas.
Homônimos perfeitos têm etimologia diferente, ou seja, são palavras aparentemente iguais, mas de origens diversas e com sentidos diferentes.
Por exemplo: “Quando o pato perde a pata, ele fica viúvo ou manco?”
A piada aproveita da homonímia perfeita – pata como fêmea do pato e pata como membro do animal – para gerar o efeito de humor.
Qual a diferença, no fim das contas?
Em suma, a diferença está no fato de que é considerado um caso de polissemia quando há diversos significados para uma só palavra (que tem uma única origem).
Já a homonímia acontece quando o som das palavras é o mesmo, mas se tratam de termos que pertencem a classes gramaticais diferentes e/ou suas grafias são diferentes.
É importante entender os conceitos de polissemia e homonímia para se atentar sempre aos contextos em que as palavras aparecem. Isso porque a escolha dos termos pode ser uma estratégia tanto para deixar um texto mais claro, com sentido específico, quanto para que ele se torne mais ambíguo.
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Referências
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 edição. Rio de Janeiro: Editora Nova fronteira, 2009.