Verbos unipessoais – O que são? Quais são? Quando usar?
Está com dúvidas nas aulas de português a respeito dos verbos unipessoais? No Gestão Educacional, você confere tudo a respeito do assunto, com exemplos!
- Publicado: 19/09/2019
- Atualizado: 19/09/2019: 09 19
- Por: Alexandre Peres
Alguns verbos da língua portuguesa, por conta do sentido, só são empregados com sujeitos na 3.ª pessoa do singular ou do plural. Esses verbos são chamados “verbos unipessoais”, e é justamente deles que trataremos neste artigo.
Ficou interessado? Pois confira, a seguir, tudo a respeito dos verbos unipessoais e compreenda o que são e quando são usados!
O que são verbos unipessoais?
Os chamados “verbos unipessoais” são tipos especiais de verbos que só admitem um sujeito gramatical de 3.ª pessoa do singular ou do plural. É justamente por só admitirem uma pessoa (a terceira) que eles são chamados “unipessoais”.
É o caso, por exemplo, do verbo “urgir”, que não possui forma verbal para nenhuma outra pessoa a não ser a terceira pessoa do singular e do plural.
Os verbos unipessoais se diferem dos chamados verbos pessoais, por exemplo, uma vez que estes possuem formas para todas as pessoas gramaticais.
Quais são os verbos unipessoais?
Os verbos unipessoais, ou seja, aqueles que possuem formas apenas para a terceira pessoa do singular e do plural, são, segundo Cunha e Cintra (2017, p. 459-460):
- Os verbos que exprimem uma ação ou um estado peculiar a determinado animal, como:
- Ladrar:
- Ladram os cães raivosos à porta de minha casa.
- Rosnar:
- O lobo rosnava
- Galopar:
- Enquanto eu me levantava do chão, meu cavalo galopou para longe.
- Coaxar:
- O sapo coaxava na lagoa.
- Zumbir:
- Os insetos zumbiram a noite inteira.
- Ladrar:
Os verbos que indicam necessidade, conveniência e sensações quando têm por sujeito:
- a) um substantivo;
- b) uma oração substantiva — seja reduzida de infinitivo, seja iniciada por “que”:
- Convém estudar mais para a prova.
- Pareceu-me que ele não estava muito interessado no assunto.
- Verbos como:
- Acontecer:
- Aconteceu da maneira que eu imaginava.
- Concernir:
- Os documentos só concernem ao juiz.
- Grassar:
- A violência e a pobreza grassam no Brasil.
- Constar, com o sentido de “ser constituído”:
- O trabalho consta de vários capítulos.
- Assentar, com o sentido de “ajustar uma vestimenta”:
- O jaleco assentou-se nele como uma luva!
- Acontecer:
Esses verbos não podem ser empregados em outras pessoas?
Embora seja mais comum empregar esses verbos, considerados unipessoais, apenas na terceira pessoa (do singular ou do plural), eles podem, sim, ser empregados em outras pessoas, mas com sentido figurado, numa linguagem mais poética.
Tanto é que esses verbos são frequentemente usados em fábulas, ou seja, histórias em que animais são personificados. O personagem “Lobo-mau” poderia dizer, por exemplo:
- Eu rosnei, rosnei, rosnei, mas não assustei nem um pouco o caçador!
Perceba que o verbo rosnar, que como vimos é considerado um verbo unipessoal, foi empregado na primeira pessoa do singular do pretérito perfeito, ou seja, fugiu à regra que vimos anteriormente — de que verbos unipessoais são empregados apenas na terceira pessoa.