Cubismo – O que é? Características, Resumo, Autores e Exercícios
Você sabe o que é o Cubismo? Sabia queesse movimento artístico foi muito importante para a formação do história mundial? Confira o conteúdo completo, aqui!
- Publicado: 24/11/2021
- Atualizado: 24/11/2021: 20 23
- Por: Marcela Mazetto
Cubismo foi um movimento da vanguarda europeia, que revolucionou as artes e influenciou a literatura, ainda mais por fazer uso de formas geométricas para retratar a natureza, sem qualquer compromisso com a perfeição ou realidade.
O movimento surgiu em Paris, França, no século XX, mais especificamente em 1907, originado pela obra do artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973), conhecida como “Lês demoisellers d’Avignon”. Por esse motivo, Pablo Picasso e o artista francês Georges Braque (1882-1963) são considerados os precursores do movimento artístico.
No Brasil, o cubismo não teve tanta repercussão quanto na Europa. Apenas na Semana de Arte Moderna, de 1922, surgiram as primeiras obras influenciadas por esse movimento, porém, sem utilizar a sua forma pura. Os artistas brasileiros em que se pode perceber a influência do movimento foram Tarsila do Amaral (1886 – 1973), Anita Malfatti (11889 – 1964), Rego Monteiro (1899 – 1970) e Di Cavalcanti 1897 – 1976).
Apesar de não ter tido uma grande repercussão no cenário artístico brasileiro, o cubismo foi importante para o surgimento do Concretismo – movimento de grande expressão no Brasil.
O que é cubismo e suas características?
O Cubismo foi capaz de revolucionar a forma como a natureza era retratada, ao abandonar as noções tradicionais da perspectiva, além de fugir do conceito renascentista de retratar a realidade com perfeição.
O principal objetivo do movimento era demonstrar que um mesmo objeto poderia ser visto e analisado por diversos ângulos, em um mesmo plano.
O artista buscava desconstruir, fragmentar e decompor o objetivo sob vários ângulos e diferentes perspectivas ao mesmo tempo. Assim, retratava aquilo que via, de uma forma completamente nova.
Separava cada um dos lados do objeto, representando cada parte, contudo sem perder a noção do todo. Para aludir a essa fragmentação do objeto em vários ângulos, o artista valorizava a utilização de formas geométricas que conferiam um efeito de escultura à pintura.
Por essa fragmentação na maneira como um determinado objeto era representado, o cubismo era chamado de “arte mental”, pois apresentava a possibilidade de cada forma geométrica ser analisada de modo individual, bem como de ser analisada como um todo.
Apesar do abandono da perspectiva tradicional e do conceito de claro-escuro, o movimento não deve ser confundido com arte abstrata. Mesmo que de modo desconstruído e sob várias perspectivas, as obras do cubismo buscam representar um objeto com formas geométricas bem definidas.
O movimento de expressão artística também teve influência na literatura, sendo que, nesse viés, o objetivo era a desconstrução da sintaxe. As construções do texto eram feitas com versos descontinuados, que retiravam a linearidade da história contada. O principal representante literário desse movimento foi o poeta francês Guillaume Apollinaire (1880 – 1918).
O que expressa o cubismo?
O principal ponto capaz de caracterizar uma obra cubista é a utilização das formas geométricas.
Elas apresentavam todos os seus ângulos, basicamente, utilizando linhas retas, cilindros e cubos. Essa junção de elementos geométricos cria um efeito tridimensional à obra, transformando a pintura em uma espécie de escultura.
Além da utilização das formas, outro fator capaz de caracterizar uma obra pertencente ao movimento é um notável abandono da perspectiva como a conhecemos.
O movimento contou com três fases distintas, cada uma delas com características específicas, capazes de distingui-las. São elas:
- Cubismo Cézanniano (1907-1909) ou Cubismo Pré-analítico: assim chamado devido à influência das obras de Paul Cézanne (1839-1906), eram utilizadas formas mais simplificadas, influenciadas pela arte africana. O conceito artístico de Cézanne foi fundamental para a criação do movimento;
- Cubismo Analítico (1909 – 1912): conhecido como cubismo puro, suas obras contam com figuras decompostas em várias formas geométricas, difíceis de serem interpretadas e representadas em planos sucessivos e sobrepostos. Essa fase preza muito pela forma simplificada, representando a natureza com linhas e retas. A maioria das obras desse período têm tonalidades entre o verde, marrom e cinza, bem como tons monocromáticos, ainda sob forte influência africana;
- Cubismo Sintético (1913 – 1914) ou Cubismo de Colagem: era assim denominado por ter incorporado a técnica de colagem em suas obras. Nesse período do movimento, as imagens não são tão difíceis de serem interpretadas como no período anterior. Porém, esses objetos aparecem de modo reduzido, sendo apresentadas apenas algumas formas que possibilitem o reconhecimento do objeto, sem apresentá-lo como um todo. O seu principal percursor foi Juan Gris, que também introduziu uma palheta de cores vivas em suas criações.
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