Derivação parassintética – O que é? Exemplos e Exercícios Resolvidos
Está com dúvidas nas aulas de português sobre derivação parassintética? Descubra, aqui no Gestão Educacional, o que é, bem como exemplos e exercícios!
- Publicado: 11/06/2019
- Atualizado: 11/06/2019: 15 27
- Por: Alexandre Peres
A derivação parassintética é um dos vários processos de formação de palavras da língua portuguesa. Caracterizada pelo acréscimo simultâneo de afixos à base do radical, a derivação parassintética é especialmente produtiva quando o assunto é a criação de verbos, como veremos.
Tem dúvidas em relação à derivação parassintética? Quer conhecer mais sobre e exercitar para arrasar numa prova ou num exame? Pois continue lendo este artigo completo que nós, do Gestão Educacional, preparamos especialmente para você!
O que é derivação?
Na morfologia, dá-se o nome derivação ao processo linguístico de formação de palavras a partir de outras palavras, já existentes. Ou seja, uma palavra derivando de outra palavra — por isso o nome, derivação.
Há diversos tipos de derivação: prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria. Em todos eles, menos no último, que não envolve alterações diretas na estrutura da palavra, elementos são agregados ao radical da palavra, alternando-lhe o sentido.
Por exemplo, na derivação prefixal, ocorre a junção de prefixos ao radical da palavra. Na sufixal, de sufixos. Já na parassintética, como veremos agora, ocorre a junção de prefixos e sufixos ao mesmo tempo, numa mesma palavra.
O que é derivação parassintética?
A derivação parassintética, como comentado, é um processo de formação de palavras que envolve a adição simultânea de prefixos e sufixos, os chamados afixos. Essa junção faz com que o significado original da palavra seja ampliado. O termo parassintético, segundo Cunha (2017, p. 116), vem do grego pará– (justaposição, posição ao lado de) e synthetikós (que compõe, que junta, que combina).
Observe o exemplo para compreender melhor o processo:
(1) Ensurdecer.
Em (1), se tentássemos chegar ao radical da palavra, chegaríamos em -surd-, que originou palavras como surdo, surdez, ensurdecido etc. O radical não poderia ser -ensurd-, uma vez que, sozinho, não existe no português, tampouco -surdecer-, igualmente inexistente.
Percebe-se, com isso, que houve um acréscimo simultâneo de afixos ao radical: o prefixo en- e o sufixo -ecer. O prefixo en-, de origem latina, tem significado, nesse caso, de “passagem para um estado ou forma”. Já o sufixo -ecer, igualmente latino, tem significado, nesse caso, de “começo de ação ou entrada num estado”.
Com esse processo de derivação parassintética, criou-se um novo vocábulo, nesse caso, um verbo, com significado ampliado ao da palavra original, pelo simples acréscimo de afixos (prefixos e sufixos) ao radical. Ao vocábulo, derivado, formado por esse processo, dá-se o nome parassintético.
Cunha & Cintra (2017) e Rocha Lima (1996) concordam que esse processo forma majoritariamente verbos, apesar de formarem palavras de outras classes, como substantivos (subterrâneo), adjetivos (desnaturado) etc., mas em menor quantidade.
Exemplos de derivação parassintética
- A + manhã + ecer = amanhecer;
- A + corrente + ar = acorrentar;
- Des + pedaço + ar = despedaçar;
- Em + bainha + ar = embainhar;
- En + louco + ecer = enlouquecer;
- En + triste + ecer = entristecer.