Feminismo – O que é? Conceito, História, O que defende e no Brasil
Você, certamente, já ouviu o termo feminismo, mas sabe o que ele realmente significa e como surgiu? Confira essas e outras informações aqui, só no GE!
- Publicado: 31/05/2019
- Atualizado: 31/05/2019: 13 51
- Por: Umberto Oliveira
Ao longo do século XIX, pequenos grupos compostos por mulheres ousaram desafiar a sociedade patriarcal onde viviam. Essas mulheres pleiteavam direitos que, até então, eram de certa forma impensáveis para além do mundo masculino.
O que essas mulheres não sabiam é que aqueles tímidos grupos seriam apenas o início de um dos maiores e mais importantes movimentos do século XX: o Feminismo.
O que é feminismo?
É um conjunto de movimentos sociais, políticos e filosóficos que têm como ponto em comum a luta pela igualdade de gênero e a maior participação da mulher dentro da sociedade.
Ao longo do tempo, o movimento foi crescendo, de modo que, atualmente, o termo abrange um grande número de pautas, ideologias e linhas de pensamento diferentes, além de correntes específicas.
Conceito
Alguns atribuem ao filósofo e socialista utópico francês Charles Fourier a invenção da palavra “feminismo”. O que se sabe ao certo é o que o termo já circulava pela Europa na segunda metade do século XIX, chegando posteriormente aos Estados Unidos por volta de 1910.
História do feminismo
Antes mesmo da criação do termo feminismo, Olympe de Gouges, escritora francesa, escrevia, em plena Revolução Francesa, a Declaração Universal dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em resposta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, escrita pelos líderes da revolução e que havia deixado a mulher de fora.
Olympe percebeu que Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lemas da revolução, referiam-se apenas aos homens. Por conta de sua militância em prol de mais direitos para as mulheres, acabou sendo executada em 3 de novembro de 1793.
O movimento feminista como um todo costuma ser dividido em três grandes momentos, cada um defendendo determinadas pautas, de acordo com o contexto da época.
A Primeira Onda
Os termos Primeira e Segunda Onda foram cunhados por Marsha Weinman Lear, em um artigo publicado no New York Times, em 1968. Refere-se a um longo período, que vai de aproximadamente 1809 a 1900, em que pequenos movimentos espalhados por vários países buscavam pautas específicas em cada contexto.
O primeiro movimento organizado desse período surgiu na Inglaterra, em 1850, buscando melhorias para as mulheres na educação e no mundo do trabalho. A marca principal dessa primeira onda é a conquista do direito ao voto, que passou a ser permitido em vários países.
A Segunda Onda
Se na Primeira Onda a principal demanda feminista era o direito ao voto (Sufrágio) e a igualdade de gênero, a Segunda Onda, ocorrida entre as décadas de 60 e 80, ampliou o debate com questões voltadas para família, sexualidade, mercado de trabalho, aborto e violência doméstica.
Sobretudo, esse período foi marcado por uma série de estudos que focavam na condição da mulher e na opressão por ela sofrida, buscando entender os mecanismos que causam essa opressão e como combatê-los.
A Terceira Onda
Começa no início dos anos 90, estendendo-se até os dias de hoje e trazendo novas pautas para o debate, ao mesmo tempo em que tece críticas sobre parte da Segunda Onda, tentando corrigir as falhas e lacunas deixadas por essa.
As feministas desse período evitam significados fixos, rejeitando quaisquer tentativas de identificação de objetivos comuns, gerais, padronizados, buscando desconstruir pensamentos categóricos, e criticam as narrativas de liberação e de vitimização, características das primeiras ondas.
Nessa fase, buscou-se contestar as definições essencialistas da feminilidade que se apoiavam, especialmente, nas experiências vividas por mulheres brancas integrantes de uma classe média-alta da sociedade.
Exemplos de feministas
Simone de Beauvoir
Nascida em Paris em 1908, Simone de Beauvoir foi uma filosofa, escritora e intelectual feminista com uma importância ímpar para o movimento. Sua obra O Segundo Sexo, publicada em 1949, traz uma análise detalhada a respeito da opressão sofrida pelas mulheres dentro da sociedade, debatendo questões sobre a condição feminina nas esferas social, política, psicológica e sexual.
Essa obra é tida como uma das mais importantes do Feminismo.
Judith Butler
Filosofa estadunidense. nascida em 1956, Butler é uma das principais teóricas do feminismo contemporâneo, debatendo questões sobre a categoria mulher, sexo e identidade.
Ao mesmo tempo, suas teorias a respeito de gênero receberam algumas críticas por parte de outras feministas, como Martha Nussbaum.
Feminismo no Brasil
Desde os primeiros movimentos, ainda no final do século XIX, até os dias de hoje, o Movimento Feminista no Brasil cresceu bastante, tendo atingido várias conquistas. Apesar disso ainda há um longo caminho a trilhar.
Pautas antigas, como aborto, igualdade de direitos e salários iguais para quem ocupa as mesmas funções, juntam-se a outras novas, por exemplo, o fim da cultura do estupro, sem falar da violência contra a mulher.
Tudo isso se traduz em lutas na busca pelo empoderamento feminino, pela defesa da mulher e pela conquista de seu espaço em uma sociedade que, infelizmente, ainda é machista, conservadora e preconceituosa.