Quem foi Fernando Pessoa? História e Obras
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- Publicado: 26/10/2018
- Atualizado: 21/01/2019: 16 17
- Por: Rafaela Cortes
Para o período do modernismo da literatura mundial, em especial para Portugal, um escritor e poeta que se destacou como um dos mais importantes da atualidade foi Fernando Antônio Nogueira Pessoa. Conhecido somente como Fernando Pessoa, é muito lembrado, mesmo depois de setenta e cinco anos após a sua morte. Seu mundo literário é tão vasto que, até hoje, não foi totalmente inventariado pelos estudiosos.
Conheça mais sobre a história de Fernando Pessoa e suas principais obras.
Biografia de Fernando Pessoa
Fernando pessoa nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa, Portugal, a partir da união de Joaquim de Seabra Pessoa e Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa. Com cinco anos de idade, Fernando Pessoa perdeu o pai, por causa da tuberculose, e posteriormente mudou-se com sua mãe e seu padrasto para Durban, cidade localizada na África do Sul, já que o segundo pai era comandante militar e havia tornado-se cônsul.
Durante esse tempo na África do Sul, Fernando Pessoa teve contato com a língua inglesa, assim como com a literatura dos países com essa língua. Mesmo que tenha se tornado um rapaz tímido, mas cheio de imaginação, Fernando Pessoa era um estudante considerado brilhante.
Em 1906, quando estava com 17-18 anos, a família retornou à Lisboa. Lá, Fernando resolveu entrar no Curso Superior de Letras, mas acabou largando antes de completar o primeiro ano. Achou mais válido estudar por conta própria na Biblioteca Nacional, lendo livros de filosofia, sociologia, religião e literatura.
No ano seguinte, o autor monta uma tipografia, com o dinheiro que havia herdado da avó, porém logo declarou a falência do local. Em 1912, Pessoa publicou seu primeiro ensaio de crítica literário. Já em 1913, foi a vez do seu primeiro ensaio de prosa criativa e, no ano seguinte, de poemas adultos.
Fernando Pessoa passou muito de sua vida entre quartos alugados ou morando, de tempos em tempos, com parentes. Ganhando a vida com traduções ocasionais e redação de cartas em inglês e francês, Pessoa trabalhava com firmas portuguesas que tinham negócios no exterior.
Mesmo daquele seu jeito solitário, sem ter relacionamentos e com uma vida social restrita, Fernando Pessoa é lembrado como um líder ativo da corrente modernista em Portugal, na década de 1910. Ele próprio criou alguns movimentos, como um interseccionismo de inspiração cubista.
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Fernando Pessoa começou a exercer influência por meio de sua escrita, sendo respeitado como intelectual e poeta. A partir daí, colaborou com revistas de maneira regular, sendo que algumas ele até ajudou em sua fundação e administração.
Infelizmente, toda a genialidade literária do autor só foi plenamente reconhecida depois de sua morte. Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, no dia 30 de novembro de 1935, aos 47 anos, por conta de cirrose hepática. No leito de morte, sua última frase foi escrita (em inglês), datada de 29 de novembro daquele ano:
“I know not what tomorrow will bring”. (“Eu não sei o que o amanhã trará”.)
Principais obras de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa foi uma figura central do modernismo português. Poeta lírico e nacionalista, o autor procurava escrever poesias relacionadas a temas tradicionais de Portugal, sempre prezando por seu lirismo saudosista. Suas obras caracterizam-se pelas reflexões sobre o “eu profundo”, pela solidão, pelas inquietações e pelo tédio.
Tendo trabalhado como crítico literário, político, editor, publicitário, jornalista, empresário e astrólogo, Fernando Pessoa se destacou na poesia graças à criação de diversos heterônimos – poetas com personalidades próprias, que conviveram nele, sendo que cada um possuía biografia e traços de personalidade distintos.
Ao contrário de pseudônimos, os heterônimos possuíam vida, data de nascimento, morte, personalidades, mapa astral e até estilo literário próprio. Confira quais foram seus heterônimos:
- Álvaro de Campos: personagem moderno, caracterizado pela valorização dos avanços científicos e do desenvolvimento tecnológico da sociedade industrial.
Futurista, suas poesias estão ligadas com a velocidade da sociedade moderna. Ainda, é emocional e bastante lúcido. Seus principais poemas são: “Passagem das Horas”, “Tabacaria”, “Apontamento” e “Aniversário”.
- Alberto Caeiro: personagem de linguagem simples e versos livres.
Valoriza as sensações – em especial o olhar – em primeiro lugar. Acredita na constante transformação da natureza, entendendo que é necessário viver e sentir as coisas sem pensar.
Seus principais poemas são: “Aceita o Universo”, “A Espantosa Realidade das Coisas”, “Agora que Sinto Amor”, “Creio que Irei Morrer” e “Eu Nunca Guardei Rebanhos”.
- Ricardo Reis: personagem que valoriza os momentos da vida, vivendo intensamente a atualidade, mas sem cometer exageros.
Seus poemas são sobre vida calma e serena por meio da paz e do equilíbrio, pois procura por uma vida sem sofrimentos. A linguagem desse poeta é precisa e culta, tendo as principais obras: “Como se Cada Beijo”, “Saudoso Já Deste Verão que Vejo” e “De Novo Traz as Aparentes Novas”.
Heterôminos