Feudalismo – O que é? Origem, características e queda do sistema
Você sabe o que é o Feudalismo? Sabia que esse é uma forma de governo política e religiosa? Confira a história completa, aqui!
- Publicado: 31/10/2018
- Atualizado: 24/01/2019: 15 47
- Por: Rafaela Cortes
Um dos mais populares períodos da história foi a Idade Média, que durou do século V ao século XV. Essa fase medieval foi separada em duas partes: Alta Idade Média e Baixa Idade Média, sendo que, no momento entre os séculos V ao IX, o sistema feudal foi uma das características de grande destaque.
O feudalismo foi um sistema de cunho econômico, social, político e cultural, que surgiu justamente pela crise do Império Romano e da insegurança que as invasões dos povos nórdicos provocavam.
Entenda mais o feudalismo:
- Principais características;
- Como ele ocorreu;
- Crise do feudalismo.
Origem do Feudalismo
O feudalismo está relacionado à crise do escravismo romano, quando aconteceu uma ruralização, em detrimento da vida urbana. Logo depois, quando as invasões germânicas começaram a ser constantes, as antigas vilas romanas transformaram-se cada vez mais em unidades autossuficientes.
Ou seja, elas começaram a criar um estilo de vida restrito ao latifúndio – como era impossível de se defenderem, militarmente falando, os antigos meeiros passaram a entregar o controle de suas próprias vidas aos donos das terras em que viviam. Isso fez com que se tornassem servos de seus senhores.
É importante comentar que os romanos denominavam bárbaros todos os povos que não tinham seus costumes e seu idioma, o que incluía, é claro, os germanos – que, por meio de suas invasões, desestruturaram o Império Romano do Ocidente.
O choque de costumes, tradições e crenças dos povos germânicos e romanos foi um fator fundamental para que o feudalismo se constituísse. A fusão de ambos acabou sendo inevitável, a partir do século V.
Características principais do feudalismo
A sociedade feudal ficou bastante conhecida por sua composição de camadas sociais estanques, isto é, sua divisão em grupos sociais, sem chance de mobilização social (passar de um grupo a o outro).
Nesse período, existiam três grupos sociais: o clero, a nobreza e os servos:
Clero
O clero – no caso, a Igreja – era a mais poderosa instituição feudal. Dentro dele, eram divididos em alto e baixo clero, sendo que a função, em geral, constituía-se em cuidar da fé cristã. Seu poder estava associado às vastas extensões de terras que possuía.
De acordo com o clero, cada membro da sociedade tinha um objetivo a cumprir enquanto estava vivo, por isso afirmava-se que a função dos nobres era proteger a militarmente sociedade, enquanto que a do clero era rezar (e gerar grande influência política sobre as pessoas) e a do servo era trabalhar.
Nobreza
Os nobres eram aqueles que negociavam com o rei (o senhor feudal – sendo esse o que estava no topo da hierarquia social da sociedade).
A nobreza trabalhava no exército e, em troca, ganhava terras, sendo esta também uma grande proprietária dos espaços da sociedade. Sua responsabilidade era dar segurança, além de exercer poder absoluto em seus domínios, aplicando leis, concedendo privilégios, declarando guerras e paz, entre outras atividades.
Servos
Já a parte mais baixa da sociedade feudal abrangia os servos, que, em sua maioria, era população camponesa. Bastante explorados e com obrigação de pagar tributos, o trabalho era fundamentado na servidão – os servos estavam presos à terra e eram subordinados a uma série de deveres.
Basicamente, eles trabalhavam para sustentar todo o feudo. Além disso, o feudalismo era caracterizado pelos seguintes es detalhes importantes:
1- O poder político era descentralizado: estava monopolizado na mão do senhor feudal, que administrava o feudo pelo poder jurídico e militar;
2- A economia feudal era autossuficiente, com sua produção destinada ao consumo local, por isso era, basicamente, agrária.
Existiam as trocas em forma de escambo, mas apenas feitas no local – esse tipo de economia feudal não valorizava o mercado externo.
3 – Os servos, por serem os únicos que trabalhavam, possuíam várias obrigações, entre as quais se destacam:
- Talha: parte da produção do servo deveria ser doada para o senhor feudal;
- Capitação: imposto pago por cada servo;
- Mão-morta: imposto pago pela família, de modo que ela pudesse utilizar a terra depois que o servo morria;
- Banalidade: taxa para fazer uso dos moinhos e fornos.
4 – O clero era a única classe social que tinha acesso aos estudos: a população era analfabeta;
5 – Guerras ocorriam, com a finalidade de obter poder e aumentar as terras.
Crise do feudalismo: a queda desse sistema
A crise do feudalismo começou a acontecer durante o segundo e último período da Idade Média, entre os séculos XI e XV. Muitos fatores estiveram envolvidos no desaparecimento do feudalismo para que, finalmente, a Idade Média desse lugar à Idade Moderna.
Os principais motivos para o rompimento desse período foram:
- Crescimento populacional: à medida que ocorria esse aumento, havia uma necessidade de expandir a área de produção e desenvolver técnicas agrícolas;
- Exploração dos servos: por meio de opressão e força, muitos senhores feudais aumentaram ainda mais o péssimo tratamento dado à população camponesa;
- Fuga de servos: com esses excessos cometidos pelos senhores feudais, muitos servos procuravam fugir da aldeia, enquanto outros revoltavam-se;
- Agricultura começou a perdeu espaço para o mercado;
- Igreja Católica começou a ser questionada.
No fim, o processo do sistema feudal para o sistema capitalista foi feito de forma lenta. O desenvolvimento do comércio e das cidades foram relevantes para a ampliação das fontes de renda e para prezar pelas novas relações de produção e de trabalho. Foi a partir disso que novas camadas sociais surgiram, entre as quais a burguesia.