Onomatopeias – o que são? Usos e Exemplos
Está com dificuldades nas aulas de português sobre onomatopeias? Então, confira, aqui no Gestão Educacional, as dicas infalíveis para sanar o problema!
- Publicado: 22/03/2019
- Atualizado: 01/04/2019: 15 05
- Por: Alexandre Peres
A onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste no uso de vocábulos para simular, imitar, representar ou sugerir determinados sons/ruídos naturais. Por exemplo, ao dizer que o relógio faz tic-tac ou que o grilo faz cri-cri, faz-se alusão, por meio de representações gráficas, à maneira que esses sons são produzidos no mundo real.
Onomatopeias são bastante utilizadas em gêneros literários, como romances, contos, poesias, histórias em quadrinhos, publicidades, etc.
Confira, a seguir, alguns exemplos práticos do emprego das onomatopeias, só aqui no Gestão Educacional!
Vocábulos onomatopeicos
Os vocábulos onomatopeicos são palavras já institucionalizadas na língua portuguesa, geralmente por meio da incorporação em dicionários, cuja forma escrita remete a um som relacionado ao termo.
É o caso da palavra “zinzilular”, por exemplo, nome dado ao chilrear (produção de sons agudos e estridentes) por pássaros. A grafia da palavra passa essa impressão, de um som agudo, estridente, irritante.
Mas, nem é preciso ir muito longe para encontrar exemplos. Basta lembrar-se de pipoca, cujo “poc” pode indicar o som do milho estourando.
Onomatopeias na literatura
Por ser uma figura de linguagem que permite não só incorporar sons à escrita, como criar palavras em que significado, escrita e ruídos se misturam, muitos escritores e poetas exploraram as onomatopeias, utilizando-as em suas obras.
Por não haver regras pré-definidas para a criação de onomatopeias ou vocábulos onomatopeicos, o escritor, o poeta ou o falante tem total liberdade na hora da criação.
Veja alguns exemplos, retirados da obra Manuelzão e Miguilim: Corpo de baile (2016, p. 104), de Guimarães Rosa:
- “Ou, então, outras ocasiões, o Patorí fazia de conta que era toda qualidade de bicho. —‘Agora, o que é que você quer, Miguilim?’ ‘— Cavalo!’ ‘—Cavalo, cavalo, cavalo? É assim: … Rinhinhim, rinhinhim, rinhinihm…’”
- “— ‘E agora, Miguilim?’ ‘— Agora é pato!’ ‘— Pato branco, pato preto, pato marreco, pato choco? É assim: … Qué-po, quépo, quépo…’”
- “‘— Sariema! Agora é sariema!’ ‘— Xô! Sariema no cerrado é assim: …Káu! Káu! Káukáukáufkáuf…’”
Nesses exemplos, Patorí imita os sons de um cavalo, um pato e uma seriema, ave bastante conhecida do cerrado, para Miguilim, que se diverte bastante. Guimarães Rosa é famoso por empregar regionalismos e uma linguagem informal em suas obras. Tanto é que Patorí chama a ave de “Sariema”, como ela é popularmente conhecida.
Outro exemplo é o poema Os Sinos, de Manuel Bandeira, em que ele evoca os sons dos sinos valendo-se de vocábulos como “bem” e “bão”:
“Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão […]”
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