Particípio – O que são? Emprego, Exemplos e Exercícios Resolvidos
Você sabe o que é ou do que se trata o particípio? Aqui, no Gestão Educacional, você confere informações completas sobre o assunto!
- Publicado: 04/09/2019
- Atualizado: 04/09/2019: 11 33
- Por: Alexandre Peres
O particípio é uma das formas nominais do verbo. Embora possa aparecer sozinho na oração, ele é frequentemente empregado em locuções verbais, formando os chamados tempos compostos.
Você sabe responder se o correto é “impresso” ou “imprimido”? Sempre fica em dúvida na hora de escolher qual verbo usar? Pois confira este artigo completo do Gestão Educacional a respeito do particípio e tire essas e outras dúvidas!
O que são formas nominais?
As formas nominais são tipos especiais de conjugação dos verbos da língua portuguesa. Há, ao todo, três formas nominais no português: o gerúndio, o infinitivo e o particípio. A principal característica das formas nominais é o fato de elas não serem flexionadas em modo nem em tempo, diferentemente dos modos verbais, ou seja, do indicativo, do imperativo e do subjuntivo.
Diz-se que o gerúndio, o infinitivo e o particípio são “formas nominais” porque eles exercem na oração, uma vez que não compartilham das mesmas características que os modos verbais, papéis próximos aos nomes, ou seja, atuam de maneira similar aos substantivos, adjetivos e advérbios.
Neste artigo em particular, trataremos do particípio. Sem mais delongas, vamos às explicações!
O que é o particípio?
O particípio é uma das formas nominais do verbo. Exercendo na oração papéis que os nomes geralmente exercem, ou seja, atuando como substantivo, adjetivo ou advérbio, o particípio também é responsável pela formação dos chamados “tempos compostos” que indicam aspecto conclusivo em relação à ação do verbo principal, embora também possa aparecer sozinho, sem verbos auxiliares. Veja os exemplos:
- Havia trabalhado mais do que deveríamos.
- Encontrado o problema, cabe a nós resolvê-lo agora.
Em (1), temos um exemplo do particípio sendo usado para a formação de uma locução verbal. Já em (2), o particípio foi empregado individualmente, sem verbo auxiliar. Em ambos os exemplos, o particípio passado está indicando aspecto conclusivo para as ações em questão.
Outro detalhe interessante em relação ao particípio é que, graças à sua atuação como nome, o verbo no particípio pode receber as desinências -a (de feminino) e -s (de plural), embora nunca se flexione em pessoa. Veja os exemplos:
- O livro lido era o de capa branca.
- Os livros lidos eram os de capa branca.
- A revista lida não foi encontrada.
Perceba que, em (3), o verbo no particípio está concordando em número e em gênero com o sujeito “o livro”, um substantivo masculino que está no singular. Passando o sujeito para o plural, como em (4), perceba que o verbo no particípio se flexiona em número, recebendo a desinência -s para indicar a pluralidade.
Já em (5), colocando como sujeito um substantivo feminino (“a revista”), observe que o verbo, no particípio, flexionou-se em gênero, recebendo a desinência -a para indicar o gênero feminino.
Embora o particípio geralmente expresse o resultado de uma ação já finalizada, não é possível, apenas por ele, identificar em que momento do tempo a ação ocorreu. Outros elementos da sentença ficam responsáveis por isso, como nos exemplos abaixo:
- Achada a solução, estávamos prontos para seguir adiante. (Pretérito imperfeito)
- Achada a solução, estamos prontos para seguir adiante. (Presente)
- Achada a solução, estaremos prontos para seguir adiante. (Futuro do presente)
Particípio regular x particípio irregular
A classificação do particípio em “particípio regular” e “particípio irregular” merece certa atenção.
Alguns verbos da língua portuguesa possuem mais de um particípio: um regular e um irregular. É o caso, por exemplo, do verbo “salvar”, que conta com os particípios “salvado” e “salvo”. A esses verbos, com mais de um particípio, dá-se o nome “verbos abundantes”.
Diz-se que um particípio é regular quando ele apresenta certa regularidade na sua formação, sendo formado pelo acréscimo das desinências -ido (quando o verbo é da 1.ª conjugação) e -ado (quando o verbo é da 2.ª ou 3.ª conjugação). Esse tipo de particípio também recebe o nome de “particípio longo”. Exemplos:
- Cantar -> Cantado;
- Comer -> Comido;
- Partir -> Partido.
Por outro lado, ele é irregular quando não segue a mesma regularidade, podendo ter terminações variadas. A esse tipo também se dá o nome “particípio curto”. Veja os exemplos:
- Pagar -> Pago;
- Fazer -> Feito;
- Dizer -> Dito.
Cada tipo de particípio tem um contexto de uso. Nas formas compostas, quando o verbo auxiliar é “ser” ou “estar”, em voz passiva, utiliza-se o particípio curto (irregular). Quando o verbo auxiliar é “ter” ou “haver”, utiliza-se o particípio longo (regular). Observe:
- O trabalho foi impresso um dia antes da entrega.
- Gabriel tinha imprimido o trabalho um dia antes da entrega.
Em (9), como o verbo auxiliar é o verbo “ser” na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo (foi), e estando a oração na voz passiva, o particípio precisou estar na sua forma curta (irregular), ou seja, “impresso”.
Já em (10), uma vez que o verbo auxiliar é o verbo “ter” na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, o particípio precisou estar na sua forma longa (regular), ou seja, “imprimido”.
Emprego do particípio
Segundo Celso Cunha (2017, p. 508-510), são as seguintes as regras de emprego do particípio:
- Em tempos compostos
Emprega-se o particípio acompanhado de verbos auxiliares:
- Com os verbos auxiliares “ter” e “haver”, formando tempos compostos (na voz ativa):
- Temos trabalhado mais do que deveríamos.
- Eles haviam invadido minha casa!
- Com o verbo auxiliar “ser”, formando tempos compostos (na voz passiva de ação):
- Esta página foi ilustrada por mim.
- Com o verbo auxiliar “estar”, formando tempos compostos (na voz passiva de estado):
- Estou impressionado com o seu talento.
- Individualmente, sem a presença de verbos auxiliares
Emprega-se o particípio sem a presença de verbos auxiliares:
- Para exprimir o estado resultante de uma ação já finalizada:
- Comprada a carne, o churrasco pôde acontecer.
Exercício Resolvido
1. Complete as orações abaixo com um dos dois particípios entre parênteses. Atente-se ao verbo auxiliar, em negrito, pois é ele quem definirá se o particípio precisa ser REGULAR/LONGO ou IRREGULAR/CURTO.
a) Edvaldo havia __________ todo o seu salário com jogos. (gasto/gastado)
b) O livro estava bastante __________. (gasto/gastado)
c) As contas estavam totalmente __________. (pagas/pagadas)
d) Ela já tinha __________ a conta de luz. (pago/pagado)
e) Quando percebi, o mergulhador já havia __________ na água. (submerso/submergido)
f) O mergulhador foi __________ na água. (submerso/submergido)
RESPOSTAS
a) GASTADO b) GASTO c) PAGAS d) PAGADO e) SUBMERGIDO f) SUBMERSO