Rococó – O que é? Origem, Características, Artistas e o Movimento no Brasil
Você já ouviu falar no termo Rococó? Aqui, no Gestão Educacional, nós te explicamos tudo sobre este movimento artístico, com exemplos práticos!
- Publicado: 09/07/2019
- Atualizado: 09/07/2019: 09 45
- Por: Alexandre Peres
O rococó foi um movimento artístico europeu que surgiu como uma variação “profana” do Barroco e logo tornou-se bastante popular na França, espalhando-se para a Europa e posteriormente para a América. Com um forte vínculo à aristocracia, o rococó pôde ser sentido especialmente na arquitetura e na pintura, apesar de ter atingido a escultura, a música e até mesmo a fabricação de joias e móveis.
Confira tudo a respeito do rococó neste artigo que nós, do Gestão Educacional, preparamos para você!
Rococó: origem e outros nomes
O rococó foi um movimento artístico que surgiu na Europa, em meados do século XVIII, e que posteriormente foi levado para as américas onde permaneceu, em algumas regiões, por mais alguns séculos. O movimento nasceu como uma reação contrária da aristocracia ao barroco do período do rei Luís XIV, o que faz com que alguns (poucos) historiadores o chamem de “Barroco Tardio”.
O próprio nome, rococó, tem uma relação com o movimento barroco: rococó tem origem na palavra francesa “rocaille”, um tipo de arranjo ornamental de pedras em forma de concha (o termo também significa “concha”). Massaud Moisés (2004, p. 397) comenta que o termo “rococó” possivelmente é uma contaminação da palavra “rocaille” com a palavra “barroco”, resultando num vocábulo com sentido pejorativo.
O barroco era um movimento com temática majoritariamente religiosa, especialmente na arquitetura. O rococó, por sua vez, que surge justamente quando o barroco perde um pouco deste viés religioso, é introduzido na sociedade europeia da época, primeiro na arquitetura, depois nas artes plásticas, decorativas e para as demais formas de arte, como a literatura e a música, sem o viés religioso, o que fez com que ele fosse considerado uma variação profana do barroco.
Outro nome que o rococó geralmente recebe é “estilo da luz”, por ter se desenvolvido durante o chamado século das luzes (século XVIII) e por, na arquitetura, ter como uma das características as grandes aberturas, que permitiam a entrada da luz nos edifícios.
O rococó, entretanto, não pode ser considerado apenas como um movimento artístico ou um estilo: ele é mais uma onda de cultura, uma corrente de gosto, um estilo de vida, não se limitando apenas à pintura ou à escultura, como outros movimentos, mas alcançando a ourivesaria, a fabricação de mobílias e a decoração de interiores, tudo isso para satisfazer as necessidades da aristocracia.
Definir com exatidão o período de sua duração é difícil, uma vez que suas fronteiras são tênues. Massaus Moisés (2004, p. 397-8) comenta que o rococó nasceu no reinado de Luís XV (1715-1774) e atingiu o seu ápice entre 1730 e 1760 (ou 1748 e 1774), mas que sua história, como um todo, transcorreu “entre o classicismo de 1660 e o romantismo de 1830” (LAUFER, 1963, p.13, 43, apud MASSAUD, 2004, p. 398). Alguns também consideram o rococó como o liame entre o barroco e o neoclassicismo.
Características do rococó
A principal característica do rococó é a decoração elegante e exuberante, com uma grande abundância de curvas e contracurvas (emprestadas do barroco), ondulações e de formas naturais (como o uso de conchas e flores em sua decoração). Na arquitetura, por exemplo, o exterior dos edifícios era relativamente simples e o interior opulento, com decorações e molduras detalhistas e em grande quantidade que remetiam à natureza, sempre com bastante curvas, delicadas e suaves. Um exemplo é a Basílica de Vierzehnheiligen (1743-1772), na região da Baviera, Alemanha.
As pinturas, bastante detalhistas e em tons pasteis, representavam, geralmente, festas de jardim, festivais e outros tipos de eventos ao ar livre, sempre com paisagens pastorais e frequentemente envolvendo figuras mitológicas, como anjos e deusas, apesar de algumas pinturas também representarem cenas que se passam em interiores opulentos, moças nuas em poses sensuais e algumas obras com temáticas religiosas. As pinturas serviam especialmente para compor decorações de interior, o que fez posteriormente ser criticada pelo seu valor puramente decorativo.
Alguns exemplos de pintura rococó são:
- O balanço (1767-1768) e O amoroso coroado (1754-1755), de Jean-Honoré Fragonard;
- A Terra (1730) e Mademoiselle de Camargo Dança (1730), de Nicolas Lancret;
- Peregrinação à ilha de Citera (1717), de Antoine Watteau.
O mesmo se aplica à escultura, que era elaborada especialmente para compor peças arquitetônicas e fazia uso das curvas e contracurvas e algumas das características do Maneirismo, como o alongamento dos membros. Alguns exemplos são: A ameaça do cupido (1757) e Leda e o Cisne (1764-1766), de Étienne-Maurice Falconet.
Rococó no Brasil
O rococó chegou no Brasil muito tardiamente, no final do século XVIII e início do século XIX. Seu principal representante foi o entalhador e escultor Antônio Francisco Lisboa (1730/1738?-1814), mais conhecido como Aleijadinho, que esculpiu diversas peças religiosas e fachadas para igrejas em Minas Gerais.
Além disso, o rococó pôde ser sentido no Brasil pelo chamado “estilo Dom João V”, por conta do mobiliário real, e também nas obras de José Pereira Arouca (1733?-1795), Francisco Xavier de Brito (?-1751) e Manuel da Costa Ataíde (1762-1830).
Principais artistas
- Jean-Honoré Fragonard (1732-1806);
- Jean-Antoine Watteau (1684-1721);
- François Boucher (1703-1770);
- Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770);
- Aleijadinho (1730/1738?-1814);
- Thomas Gainsborough (1727-1788);
- Louise Élisabeth Vigée Le Brun (1755-1842);
- Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699-1779).