Sujeito e Predicado – O que são? Diferenças, Tipos e Exemplos
Está com dúvidas nas aulas de português sobre o que é sujeito e predicado? Aqui, no Gestão Educacional, você confere a diferença entre eles e exemplos!
- Publicado: 30/12/2019
- Atualizado: 12/05/2022: 13 30
- Por: Alexandre Peres
Determinados termos são indispensáveis para a construção de uma oração no português. A esses termos damos o nome termos essenciais da oração (ou “termos básicos da oração”), sendo eles dois em particular: o sujeito e o predicado.
Confira, a seguir, o que são o sujeito e o predicado, qual a diferença entre eles e muito mais!
Qual a diferença entre sujeito e predicado?
Para distinguir o sujeito do predicado é muito simples. Isso porque o sujeito, na oração, é o ser sobre o qual se fala alguma coisa. O predicado, por sua vez, é tudo aquilo que se fala a respeito do sujeito. Tendo isso em mente, observe a afirmação abaixo e tente identificar qual é o sujeito e qual é o predicado:
- “O aluno estudou para a prova”.
Sendo o sujeito o ser sobre o qual se fala algo, no exemplo acima o sujeito só pode ser “o aluno”, pois é sobre ele que se está dando uma nova informação. Por outro lado, o predicado, isto é, aquilo que se fala a respeito do sujeito, é “estudou para a prova”, pois esta é a informação que se está dando a respeito do sujeito “o aluno”.
O sujeito e o predicado estão sempre expressos?
Embora o sujeito e o predicado sejam considerados termos essenciais da oração, eles nem sempre estão graficamente ou verbalmente expressos na oração. Há casos em que o sujeito e o predicado podem estar ocultos, e outros em que o sujeito pode até mesmo ser indeterminado ou inexistente, como veremos mais adiante.
O que é o sujeito?
O sujeito, como vimos é o ser sobre o qual se fala alguma coisa. Ele pode ser representado por:
- Um substantivo: “Júlia adormeceu rapidamente”;
- Um pronome pessoal: “Eu andei até cansar”;
- Um pronome demonstrativo: “Isso é uma vergonha!”;
- Um pronome relativo: “Suzana encontrou os amigos, que nada sabiam do acontecido”;
- Um pronome interrogativo: “E agora, quem poderá me defender?”;
- Um pronome indefinido: “Ninguém sabia a resposta”;
- Um numeral: “Os dois viajaram juntos”;
- Uma palavra substantivada: “O doente melhorou consideravelmente”;
- Uma expressão substantivada: “O amor ao próximo precisa ser melhor exercido”;
- Uma oração substantiva subjetiva: “É importante que o amor prevaleça”.
Além disso, há vários tipos de sujeitos, como veremos a seguir.
Sujeito simples e composto
O sujeito pode ser simples ou composto. Ele é simples quando possui apenas um núcleo (apenas um substantivo, um pronome, um numeral etc.) e composto quando possui dois ou mais núcleos (dois ou mais substantivos, dois ou mais pronomes, dois ou mais numerais etc.). Confira os exemplos:
- “O gato rasgou a cortina” (Sujeito simples);
- “Eu entrei no Bosque das Águas” (Sujeito simples);
- “O gato e o cachorro rasgaram a cortina” (Sujeito composto);
- “Ela e eu entramos no Bosque das Águas” (Sujeito composto).
Sujeito determinado
O sujeito será determinado sempre que for possível identificá-lo na oração, seja por estar materialmente expresso, seja por não estar, mas ainda assim for possível identificá-lo analisando outra oração ou a desinência do verbo (como veremos ao tratar do “sujeito oculto”).
Confira um caso de sujeito determinado materialmente expresso na oração:
- “A pomba voou para longe”.
Nesse caso, o sujeito está graficamente expresso na oração. Nem todo sujeito determinado, entretanto, também está: em alguns casos, ele está oculto, como veremos a seguir.
Sujeito oculto
Em alguns casos, o sujeito não está materialmente expresso na oração, embora possamos identificá-lo. Trata-se, portanto, de um tipo de sujeito determinado, mas oculto. Veja o exemplo:
- “Viajamos para São José dos Pinhais”.
Perceba que, no exemplo acima, apenas o predicado está graficamente expresso. Não podemos sublinhar ou apontar para o sujeito, pois ele não está em evidência. Ainda assim, podemos identificá-lo analisando a desinência do verbo “viajamos” (-mos). Esse verbo está conjugado na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito. Logo, o sujeito é a primeira pessoa do plural, ou seja, “nós”.
Outra forma de identificar o sujeito oculto é analisando outra oração do período. Confira o exemplo abaixo:
- “Catarina é pontual. Nunca se atrasa!”
Temos duas orações no período acima: “Catarina é pontual” e “nunca se atrasa”. Na primeira oração, o sujeito é facilmente identificado: “Catarina”. Na segunda oração, entretanto, o sujeito está oculto. Ainda assim podemos identificá-lo, pois ambas as orações fazem parte de um mesmo período: o sujeito da segunda oração também é “Catarina”.
Concluímos, portanto, que embora o sujeito oculto não esteja materialmente expresso na oração, ele ainda assim é um sujeito determinado, pois podemos identificá-lo de outra forma.
Sujeito indeterminado
Em alguns casos, porém, o sujeito não pode ser identificado: sabemos que ele existe, mas não conseguimos dizer quem particularmente ele é. Há duas formas de se indeterminar o sujeito:
- Fazendo uso da 3.ª pessoa do plural: “Contaram-me uma piada mais cedo”;
- Fazendo uso da 3.ª pessoa do singular com o pronome “se”: “Precisa-se de voluntários”.
Perceba que, em ambos os exemplos, sabemos que há um sujeito (logo, ele é existente), mas não conseguimos dizer quem ele é (logo, ele é indeterminado): sabemos apenas que alguém contou uma piada e que alguém precisa de voluntários.
Recomendamos que você veja este nosso outro artigo, a respeito do índice de indeterminação do sujeito.
Sujeito inexistente
Em alguns poucos casos, o sujeito não é nem determinado nem indeterminado: ele é inexistente, ou seja, simplesmente não existe. Isso ocorre com alguns tipos de verbos, chamados “verbos impessoais”.
Tem-se casos de sujeito inexistente com os seguintes verbos:
- Verbos que expressam fenômenos da natureza: “Choveu ontem à tarde”;
- Com o verbo “haver” com o sentido de “existir”: “Há orações sem sujeito”;
- Com os verbos “haver” e “fazer” com o sentido de “tempo decorrido”: “Faz dez anos que não nos vemos”;
- Com o verbo “ser”, quando ele indica alguma noção de tempo: “Era três da tarde quando ela chegou”.
Em todos esses exemplos, não há um sujeito correspondente para os verbos em destaque: por se tratarem de verbos impessoais, o sujeito em cada uma das orações é inexistente.
O que é o predicado?
O predicado, por sua vez, é tudo aquilo que se diz a respeito do sujeito. Há três tipos de predicado: nominal, verbal e verbo-nominal.
Predicado nominal
O predicado nominal tem um substantivo ou uma palavra substantivada como núcleo. Ele é formado por: verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Sendo “verbos de ligação” aqueles que não acrescentam nenhuma informação nova ao sujeito, servindo apenas para ligar o sujeito ao predicado, como ser, estar, ficar etc., e “predicativo do sujeito” sendo o termo do predicado cuja função é a de atribuir uma qualidade ao sujeito.
Confira os exemplos de predicado nominal:
- “Alice era a primeira da turma”;
- “Eu sou o novo professor”.
Predicado verbal
O predicado verbal, por sua vez, tem como núcleo um verbo significativo, ou seja, um verbo que acrescenta uma informação nova à oração a respeito do sujeito. O verbo significativo pode ser transitivo ou intransitivo.
Confira os exemplos de predicado verbal:
- “A menina caiu” (Predicado verbal cujo núcleo é um verbo intransitivo);
- “O homem perdoou o assaltante” (Predicado verbal cujo núcleo é um verbo transitivo direto).
Predicado verbo-nominal (ou “predicado misto”)
Por fim, neste tipo de predicado, ocorre a junção entre um verbo significativo e um predicativo do sujeito. Diz-se, então, que o predicado é verbo-nominal, pois tem como núcleo tanto um nome, que qualifica o sujeito, quanto um verbo, que acrescenta uma nova informação ao sujeito.
Confira um exemplo:
- “Giovanna saiu aplaudida”.
Nesse exemplo, há tanto um verbo significativo (“saiu”) quanto um predicativo do sujeito (aplaudida). Temos, portanto, duas informações:
- A de que Giovanna saiu;
- A de que Giovanna foi aplaudida.
Assim sendo, esse é um caso de predicado verbo-nominal.