Revolução Farroupilha – Resumo da Guerra dos Farrapos, Causas e Consequências
Entenda mais sobre a história da Guerra dos Farrapos, o que foi, como aconteceu, quais as principais causas e muito mais.
- Publicado: 11/10/2018
- Atualizado: 21/01/2019: 15 05
- Por: Rafaela Cortes
A Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, foi uma rebelião popular, que aconteceu no Rio Grande do Sul, contra as imposições da corte portuguesa, então lideradas por Regente Feijó. O conflito durou 10 anos (1835-1845) e acabou com a derrota dos gaúchos e mais de 3 mil pessoas mortas.
Causas da Revolução Farroupilha
O Rio Grande do Sul foi palco de intensas disputas entre portugueses e espanhóis, durante o período de colonização do Brasil. Naquela época, foi firmado a primeira constituição do país, a qual previa incentivos para a produção de açúcar e café. Porém, os gaúchos destinavam a maior parte de sua produção ao charque e ao couro.
A partir de então, iniciaram-se revoltas, lideradas pelo partido Liberal, para que a corte também previsse incentivos para o desenvolvimento econômico do sul. No entanto, ninguém lhes deu ouvidos.
Alguns anos mais tarde, a coroa passou a importar os mesmos produtos fabricados pelos gaúchos, mas por um preço muito mais baixo. Enquanto os artigos vindos do Uruguai eram taxados com 4% de impostos no Rio de Janeiro, as mesmas peças rio-grandenses eram cotadas em 20% de tributo.
Com isso, os donos das fazendas e comerciantes gaúchos enfureceram-se e reclamaram para a corte, solicitando amenização dos impostos. O império, mais uma vez, nada fez.
Revoltados com a situação, a elite rio-grandense uni-se e decidiu tomar militarmente Porto Alegre, na tentativa de fazer-se ouvir. Caso fossem ignorados mais uma vez, tentariam separar o Rio Grande do Sul do restante do país. A decisão tomada em 1824 deu início à Revolução dos Farrapos, a mesma que, poucos anos mais tarde, resultaria em guerra entre gaúchos e Império.
Resumo da Guerra dos Farrapos
Foi somente em 1935 que o Império entrou no conflito para valer, enviando tropas para derrotar os farrapos – nome dado aos revolucionários. No dia seguinte da invasão de Porto Alegre pelas tropas da corte, o comandante da Guarda Nacional local, Bento Gonçalves, tomou a liderança do movimento e proclamou a República do Piratini, a fim de colocar em prática os ideias separatistas.
Assim, aqueles que antes eram apenas revolucionários tornaram-se combatentes e deixaram de lutar por uma vitória fiscal para reivindicar o reconhecimento de um novo país. Durante o movimento, houve uma forte propaganda separatista, que exaltava a nacionalidade rio-grandense.
Em 1936, Bento Gonçalves foi preso e, ao mesmo tempo, nomeado o Presidente da República rio-grandense. Quem assumiu na sua ausência foi o vice Davi Gonçalves e Giuseppe Garibaldi, os quais decidiram expandir o território para a vila de Laguna, em Santa Catarina.
Fim da guerra – Como terminou?
Com a tomada de Santa Catarina, o Império decidiu fortalecer o exército. Assim, os combatentes farroupilhas que haviam ganhado várias batalhas até 1840 começaram a sofrer com a falta de combatentes e recursos. Como consequência, em 1843, Bento Gonçalves renuncia o cargo de presidente.
Quem assumiu o poder foi Álvaro Machado, sob nomeação do governo imperial. A tentativa era tentar persuadir os rebeldes a desistirem dos ideais separatistas. No entanto, quem conseguiu fazê-los assinar o tratado de paz foi Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), que, em 1845, decretou o fim da guerra com o Poncho Verde.
No tratado, as condições dos revolucionários foram inúmeras, incluindo a libertação dos escravos e presos políticos envolvidos na batalha, a maior autonomia econômica para a província e a amenização dos impostos.
Apesar do Império aceitar a maior parte das propostas, nem todas foram cumpridas – os negros e escravos, ao invés de serem libertos, foram vendidos para outras famílias no Rio de Janeiro, por exemplo.
Os líderes farroupilhas
Durante a batalha, muitos nomes ficaram conhecidos, devido às conquistas farroupilhas. Os nomes de maior destaque são:
- Bento Gonçalves;
- General Neto;
- Luis Alves de Lima e Silva (Dique de Caxias);
- Davi Canabarro;
- Onofre Pires;
- Vicente Fontoura;
- Davi Canabro;
- Giuseppe Garibaldi;
- Cipriano Barata;
- Luigi Rosseti.
Consequências
A Guerra resultou em severos danos à economia do Rio Grande do Sul, a qual demorou muitos anos para conseguir se recuperar do conflito. Algumas cidades tiveram a população reduzida significativamente, a exemplo de Passo fundo e Piratini, que serviam de corredores para as tropas.
O reflexo mais forte da guerra, no entanto, pode ser visto até os dias de hoje com a exaltação da cultura rio-grandense. Todos os anos, o dia 20 de setembro é comemorado pelos gaúchos em homenagem aos farroupilhos e às tradições propagandeadas durante a guerra.