Idade Média – O que foi? Termo, História, Alta e Baixa Idade, Idade das Trevas
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- Publicado: 18/07/2019
- Atualizado: 18/07/2019: 10 44
- Por: Umberto Oliveira
A história da Europa é, normalmente, dividida entre três grandes períodos históricos: Antiguidade, Idade Média e Era Moderna (esta última, por sua vez, dividida em Idade Moderna e Contemporânea).
A Idade Média é, sem dúvida, um dos períodos mais polêmicos e complexos. Situada entre o período antigo, marcado pelas civilizações Grega e Romana, e a Idade Moderna, marcada, entre outros fatos, pelo Renascimento, o período medieval foi por muito tempo conhecido como a “Idade das trevas”.
O que foi a Idade Média?
Idade Média foi um período histórico situado entre as Idades Antiga e Moderna. É marcado pelo fim do Império Romano (476 d.C.) e pela conquista de Constantinopla pelos Turcos-otomanos, evento que marca o fim do Império Bizantino (1453 d.C.).
Por se tratar de um longo período, e no sentido de facilitar seu estudo, é normalmente dividida entre Alta Idade Média, que vai de 476 até aproximadamente o ano 1.000 d.C., e Baixa Idade Média, que vai até 1453 d.C. (embora alguns historiadores possam adotar outras classificações e datas diferentes).
O termo Idade Média: o que significa?
O primeiro estudioso a dividir a história europeia em três foi o italiano Leonardo Bruni, em 1442. A divisão, porém, só se tornaria usual e padronizada a partir das obras do alemão Cristoph Cellarius, no século XVII. O período foi chamado de medieval justamente por estar no meio do período antigo e do moderno.
Breve história medieval
A deposição do imperador romano Rômulo Augusto, em 476 d.C., por Odoacro, chefe dos Hérulos, marca o fim do Império Romano como o conhecemos. O século seguinte é marcado pelo estabelecimento de vários reinos de origem germânica, que vão assimilar a cultura e os costumes romanos, ao mesmo tempo em que contribuem com sua própria cultura.
Esses reinos darão origem a vários países modernos, tais como o Reino Franco (França), Reino Visigodo (Espanha), Anglo-Saxões (Inglaterra), Reinos Ostrogodo e Lombardo (Itália).
Por ser um período muito longo, estudar a Idade Média sempre foi uma tarefa complicada para os historiadores. Além disso a Europa, embora pequena, era extremamente fragmentada, apresentando uma amálgama de culturas e costumes, e dividida em vários reinos. Assim, em um primeiro momento, foi feita uma divisão entre Alta e Baixa Idade Média.
Mas, mesmo essa divisão se mostrou insuficiente para permitir uma compreensão mais exata da complexa história europeia daquele período. Por isso, o mais comum é fazer um recorte geográfico e temporal, por exemplo, estudando o norte da França no século VIII. Esse recorte permite compreender melhor os processos que aconteceram naquele período, bem como aspectos econômicos, políticos e religiosos, entre outros.
Alta Idade Média
A mudança de poder na Europa possibilitou alterações significativas e graduais nas estruturas políticas e sociais vigentes. O crescimento da importância da Igreja Católica foi notável, saindo de uma pequena religião perseguida pelo Império Romano para uma instituição extremamente poderosa, que rivalizava com a própria realeza.
Feudalismo
Uma das principais mudanças ocorridas neste período é o surgimento do chamado Feudalismo, caracterizado pela descentralização de poder dos grandes senhores, pelo trabalho servil e pela economia baseada na agricultura de subsistência e na troca de mercadorias.
A sociedade feudal era formada por três estamentos principais: os nobres, o clero, e os servos. A mudança de classe era rara, embora fosse possível. A principal relação se dava entre o suserano (os nobres donos das terras) e os vassalos, homens que juravam fidelidade ao suserano em troca de proteção e trabalho.
O feudalismo não foi um evento homogêneo que se deu ao mesmo tempo em toda a Europa. Ao contrário, seu estabelecimento aconteceu ao longo dos séculos, em épocas e locais diferentes, e com algumas características distintas, dependendo do local.
Baixa Idade Média
Na baixa Idade Média, observa-se um crescimento exponencial da população europeia, que começa a deixar o campo para buscar uma vida melhor nas cidades. Gradativamente, o poder dos nobres vai diminuindo à medida que cresce o poder dos chamados burgueses, pequenos comerciantes livres que viviam nas cidades.
Um dos eventos mais marcantes desse período foi a chamada Peste Negra, uma epidemia (acredita-se) de peste bubônica, que durou entre 1343 e 1353, matando aproximadamente um terço da população europeia. Outro evento de suma importância foram as Cruzadas (entre 1096 e 1272), grandes campanhas militares com o objetivo de retomar o controle da Terra Santa, então em poder dos muçulmanos.
A Idade das trevas
Por muito tempo, a Idade Média foi vista como uma época de trevas, em que a violência imperava, e com a tecnologia e as culturas clássicas sendo substituídas por uma cultura considerada rústica e pouco sofisticada. A escassez de registros históricos em algumas áreas também serviu para deixar o período um tanto quanto “obscuro” para os historiadores.
Essa visão só começou a mudar há algumas décadas. É claro que houve um choque com a ruptura entre o fim do Império Romano e o estabelecimento dos novos reinos germânicos, e essa transição não se deu de forma pacífica. Mas, é inegável que o período também presenciou avanços em várias áreas.