O que é Frase, Oração e Período? Quais as diferenças? Exemplos
Está com dúvidas nas aulas de português sobre a diferença entre frase, oração e período? Aqui, no Gestão Educacional, você confere exemplos simples de uso!
- Publicado: 27/11/2019
- Atualizado: 27/11/2019: 11 19
- Por: Alexandre Peres
Embora muitos pensem que frase, oração e período sejam sinônimos, cada um representa um conceito próprio, tendo suas próprias características. Neste artigo do Gestão Educacional, você verá justamente a diferença entre eles.
A área da gramática responsável por estudar a relação entre as palavras, resultando na formação de frases, orações e períodos, e a relação entre essas frases, orações e períodos, formando unidades ainda maiores, é a sintaxe.
O que é uma frase?
Dá-se o nome “frase” a todo enunciado de sentido completo. Ela é a unidade mínima da comunicação. Por meio dela, por meio de combinações de palavras, é possível exprimir pensamentos, conceitos, sentimentos etc.
A frase pode ser:
- Muito breve, formada apenas por uma palavra:
- “Fogo!”
- “Silêncio!”
- Muito longa, com várias palavras:
- “O prédio está pegando fogo!”
- “Poderia fazer silêncio, por favor?
A frase também pode, além disso:
- Ter um verbo ou uma locução verbal:
- Eu às vezes me sinto
- Estou sofrendo de amores.
- Não ter um verbo:
- “Que alegria! Que emoção! Que beleza!”
Entretanto, ela sempre terá que ter sentido completo. Como a frase “fogo”, que embora seja muito curta, carrega um sentido completo. Imagine a frase “fogo” sendo pronunciada diante de um prédio em chamas: ela carregaria o mesmíssimo sentido que a frase, mais complexa e elaborada, “o prédio está pegando fogo”, pois o contexto ajudaria a completar o seu sentido.
Outra coisa que a frase sempre tem é entoação (ou entonação). A entonação, a grosso modo, é a melodia da fala, que varia em altura, marcando o início e o fim dela, além de indicar o propósito da frase, ou seja, se é uma frase declarativa, interrogativa etc.
Por exemplo, ao proferirmos uma frase exclamativa, o fazemos de maneira diferente em relação à maneira como pronunciamos uma frase interrogativa. Na língua escrita, marcamos a interrogação graficamente com o emprego do ponto de interrogação. Na fala, a interrogação é marcada pelo emprego de uma entonação própria.
Quer fazer o teste? Pois leia em voz alta cada uma das frases a seguir, atentando-se à entonação que você naturalmente empregará em cada uma delas:
- Estou triste porque fugiste de mim!
- Estou triste, por que fugiste de mim?
Convém mencionar, ainda, que há vários tipos de frases. O gramático Rocha Lima (1996, p. 233) identifica cinco:
- Declarativa, com a qual se enuncia alguma informação a respeito de alguma coisa.
- “Nicolli formou-se em Letras”.
- Interrogativa, com a qual perguntamos alguma coisa a alguém:
- “Que horas são?”
- Imperativa, com a qual expressamos uma ordem, um pedido, uma súplica, um conselho etc. endereçado a alguém:
- “Abra a porta!”
- Exclamativa, com a qual expressamos o nosso estado de espírito, os nossos sentimentos:
- “Que pena!”
- Indicativa, com a qual expressamos um pensamento que se completa pelo contexto em que a pronunciamos:
- “Silêncio!” (imagine essa frase dita por um bibliotecário sendo endereçada a um estudante barulhento em uma biblioteca).
Oração
A oração, por sua vez, é a frase que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal e geralmente se divide em sujeito e predicado. Toda oração, portanto, possui verbo, sendo o verbo justamente o núcleo da oração (e não o sujeito, como muitos pensam, pois existem orações sem sujeito, mas não oração sem verbo).
Confira alguns exemplos de oração, com os verbos em negrito:
- Eu comprei o seu livro (sujeito = “eu”; predicado = “comprei o seu livro”);
- A filha da Catarina viajou para Nova Iorque (sujeito = “A filha da Catarina”; predicado = “viajou para Nova Iorque);
- O jogador de futebol lesionou-se (sujeito = “o jogador de futebol”; predicado = “lesionou-se”).
Embora todos os exemplos acima possuam sujeito, nem toda oração possui sujeito. Confira os três exemplos abaixo:
- Eduardo adotou um gato (sujeito determinado);
- Contrata-se professores (sujeito indeterminado);
- Choveu hoje cedo (oração sem sujeito).
Perceba que no primeiro exemplo o sujeito está expresso na oração, sendo facilmente identificado. Trata-se de um sujeito determinado. A oração, então, tem sujeito, e podemos identificá-lo.
Na segunda oração, o sujeito não está expresso, mas ele é existente: sabemos que ele existe, apenas não podemos ou não queremos especificá-lo/determiná-lo. A oração, então, tem sujeito, mas está oculto.
Já na terceira oração, o sujeito não está determinado nem indeterminado: ele é inexistente. A oração não tem sujeito. Simplesmente choveu, não havendo nenhum responsável pela execução da ação de “chover”. Isso nos mostra que o sujeito, portanto, não é essencial para a formação de uma oração.
A oração também pode ter como núcleo uma locução verbal. Porém, essa locução verbal conta apenas como um verbo, embora seja formada por dois: acontece que os dois verbos compõem uma única função sintática, ocupando juntos a posição de “verbo”. Portanto, trata-se de uma oração o exemplo abaixo, pois possui um verbo, expresso por uma locução verbal:
- Eu não posso esperar mais (“posso esperar” = locução verbal).
Diferença entre frase e oração
Para entendermos a diferença entre frase e oração na prática, vejamos a comparação a seguir:
- Fogo!
- O prédio pegou fogo.
Em 1), temos uma frase, pois ela possui sentido completo e entonação. Não se trata de uma oração, entretanto, pois não possui um verbo nem está partida em sujeito e predicado.
Em 2), temos uma frase, pois ela possui sentido completo e entonação. Além disso, trata-se de uma oração, pois possui sujeito (“o prédio”) e predicado (“pegou fogo”), tendo “pegou” como verbo.
Período
O período, por fim, é a frase organizada em uma ou mais orações, terminada em uma pausa bem definida (expressa por ponto, ponto de exclamação etc.). Quando o período tem apenas uma oração, recebe o nome de “período simples”. Quando tem duas ou mais orações, recebe o nome de “período composto”.
Confira os exemplos:
- Eu viajei para São Paulo (período simples, formado por apenas uma oração);
- Eu viajei para São Paulo | e conheci o Museu de Arte Moderna de São Paulo (período composto, formado por duas orações);
- Eu viajei para São Paulo |, conheci o MAM |e voltei para Curitiba logo em seguida (período composto, formado por três orações).
Diferença entre frase, oração e período
Para finalizarmos, vejamos na prática a diferença entre frase, oração e período. Para isso, observemos o seguinte exemplo:
- Eu quero que você vá embora daqui.
Este exemplo é uma frase, pois possui sentido completo e entonação.
Neste exemplo há duas orações: uma principal (“eu quero”), cujo verbo é “quero”, e uma oração subordinada integrante (“que você vá embora daqui”), cujo verbo é “vá”.
Este exemplo é um período composto, pois é formado por duas orações, uma principal e uma subordinada.
Entretanto, se pegarmos a oração subordinada integrante (“que você vá embora daqui”), podemos observar que, embora esta se trate de uma oração, por possuir sujeito e predicado, ela não é uma frase, pois não possui sentido completo, dependendo da oração principal para isso. Ou seja, é uma oração, mas não é uma frase.