Oração Subordinada Substantiva – Definição, estrutura e mais!
Entenda o que é a chamada "Oração Subordinada Substantiva", conheça sua estrutura e entenda como ela é formada na Língua Portuguesa!
- Publicado: 24/05/2023
- Atualizado: 31/05/2023: 18 35
- Por: Lilian Reina Peres
A oração subordinada substantiva é a oração subordinada que funciona como substantivo de outra oração. As orações subordinadas geralmente funcionam como termos de outras orações, pois complementam o seu sentido, ou seja, não apresentam independência semântica.
Termos da oração
Entre os elementos ou termos que integram uma oração, temos os essenciais, os integrantes e os acessórios.
Os termos essenciais são sujeito e predicado. Os integrantes, por sua vez, são o complemento verbal (objeto direto e indireto), o complemento nominal e o agente da passiva. Por fim, os termos acessórios são o adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto e vocativo.
Por assumirem um valor de substantivo, as orações subordinadas substantivas podem ter a função de sujeito, predicado, complemento nominal, complemento verbal ou aposto. A expressão “subordinada” indica que se trata de uma oração dependente, desse modo, são orações que somente estão em períodos compostos.
Como é a estrutura dessa oração?
As orações subordinadas são, geralmente, antecedidas pelas conjunções integrantes “que” ou “se”. Podem exercer várias funções sintáticas, como:
Sujeito
Exemplo: É obvio que sua presença o incomodava.
Aqui, a oração principal “É obvio“, e a oração subordinada subjetiva é “que sua presença o incomodava“.
Para identificar os casos em que há uma oração subordinada substantiva subjetiva, uma dica é observar a oração principal: ela não tem sujeito.
Sendo assim, as orações principais normalmente vão seguir uma estrutura na qual há um verbo de ligação juntamente a um predicativo e a conjunção “que” (como em “É óbvio que”, “É necessário que”, “Está evidente que”, “Parece provável que” etc.); ou um verbo na voz passiva sintética ou analítica e a conjunção “que” ou “se” (“Foi dito que”, “Foi apontado que”, “Diz-se que”, “Sabe-se que” etc.); ou verbo unipessoal e a conjunção “que” (“Convém que”, “Cumpre que”, “Importa que”, “Sucede que”, “Urge que” etc.).
Objeto direto
Exemplo: Não sei se ele concordará comigo.
Aqui, a oração principal é “Não sei“, e a oração subordinada objetiva direta é “se ele concordará comigo“.
Nesse caso, é importante identificar o verbo transitivo direto na primeira oração, ou seja, um verbo de sentido incompleto que requer uma ligação sem preposição obrigatória. “Saber”, “comprar”, “aguardar”, “esperar”, “comer”, “ler”, “falar”, “amar”, “fazer”, “gastar”, “querer” e “reparar” são exemplos de verbos transitivos diretos.
Objeto indireto
Exemplo: Não me esqueço de que estava doente quando tudo aconteceu.
Aqui, a oração principal é “Não me esqueço“, e a oração subordinada objetiva indireta é “de que estava doente“.
Nesse caso, a primeira oração tem um verbo transitivo indireto, o qual, além de ter sentido incompleto, requer uma complementação que se ligue a ele por uma preposição. “Acreditar (em)”, “gostar (de)”, “assistir (a)”, “consistir (em)”, “ingressar (em)” são exemplos de verbos transitivos indiretos.
Complemento nominal
Exemplo: Há esperança de que o mundo se tornará um lugar melhor.
Aqui, a oração principal é “Há esperança“, e a oração subordinada completiva nominal (ou seja, que complementa o nome da oração principal) é “de que o mundo se tornará um lugar melhor“.
Observe que o complemento nominal é um elemento que vai complementar um sentido de um nome, ou seja, de um substantivo (como “esperança”), adjetivo ou advérbio.
Outros exemplos: Tenho certeza de que você estará bem. (“certeza” é um substantivo que requer complemento)
Torço favoravelmente para que ela tenha sucesso. (“favoravelmente” é um advérbio que requer complemento)
Predicativo do sujeito
Exemplo: A verdade é que ela nunca dorme.
Aqui, a oração principal é “A verdade é“, e a oração subordinada predicativa (ou seja, que revela algo sobre o sujeito da oração) é “que ela nunca dorme“.
Nesses casos, basta observar que a oração principal contém sujeito e verbo de ligação. Falta, portanto, um predicativo.
Outros exemplos: A vantagem é que teremos muito tempo.
A certeza é que ela não sabe o que está procurando.
Aposto
Exemplo: Há um consenso sobre mim: que eu nunca perco.
Aqui, a oração principal é “Há um consenso sobre mim“, e a oração subordinada apositiva (ou seja, que explica ou exemplifica a oração principal) é “que eu nunca perco“.
A oração com função de aposto pode aparecer com ou sem a conjunção “que”, mas entendemos que ela está implícita. É uma oração que explica um termo da oração principal e que costuma ser precedida por dois pontos (pode aparecer também entre vírgulas ou travessões).
Outros exemplos: Esperava por isto: que todos comparecessem amanhã.
Todos temos um desejo: [que] sejamos bem-sucedidos.
Agente da passiva
Exemplo: Os vestidos foram comprados por quem tinha dinheiro.
Aqui, a oração principal é “Os vestidos foram comprados“, e a oração subordinada agente da passiva (ou seja, que indica quem executa a ação da oração que a antecede) é “por quem tinha dinheiro“.
Essa oração sempre apresenta a construção “por” ou “de” juntamente a um pronome indefinido. Contudo, não há consenso sobre a oração subordinada agente da passiva ser, de fato, uma classificação da gramática prescritiva. Há gramáticos que a defendem, mas a categoria não consta na Nomenclatura Gramatical Brasileira.
Você também pode gostar de ler:
Orações Subordinadas – O que são? Entenda a classificação!
Referências
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 edição. Rio de Janeiro: Editora Nova fronteira, 2009.