Pretérito perfeito – O que é? Regras de formação e Exemplos
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- Publicado: 14/08/2019
- Atualizado: 14/08/2019: 10 24
- Por: Alexandre Peres
O pretérito perfeito é um dos tempos verbais da língua portuguesa. Na sua forma simples, existe apenas no modo indicativo. Já na forma composta, pode existir tanto no modo indicativo quanto no modo subjuntivo.
Confira tudo a respeito deste tempo verbal neste artigo completo do Gestão Educacional!
Pretérito perfeito simples do indicativo
Diferentemente do pretérito imperfeito simples, que pode ser tanto do indicativo quanto do subjuntivo, o pretérito perfeito simples existe apenas no modo indicativo. Ele ser do “pretérito” indica que a ação aconteceu num momento anterior ao instante da fala, ou seja, no passado. Ele ser “perfeito” indica que a ação começou no passado e foi finalizada no passado (ao contrário do pretérito imperfeito, em que a ação não foi concluída). Ser do “indicativo” indica que a ação certamente aconteceu ou tem chances reais de ter acontecido (ao contrário do subjuntivo, em que não se há a certeza de que a ação ocorreu ou não).
Ou seja, o pretérito perfeito do indicativo expressa uma ação que certamente começou e terminou no passado (em relação ao momento em que se fala). Confira alguns exemplos:
(1) Ano passado, eu viajei para a Europa.
(2) Ontem, encontrei a Jéssica no supermercado.
Perceba que, nesses dois exemplos, a ação do verbo destacado começou num momento anterior ao da fala e terminou num momento também anterior ao da fala. No exemplo (1), a viagem à Europa iniciou e foi concluída no passado, não perdurando até o momento da enunciação da oração. O mesmo vale para o exemplo (2), em que o sujeito encontrou Jéssica no mercado num momento anterior ao da fala, também não perdurando até ao instante em que proferiu a oração.
Seria diferente, por exemplo, se alguém dissesse:
(3) Eu viajava para a Europa quando tive o meu visto confiscado.
Neste exemplo (3), o verbo destacado encontra-se no pretérito imperfeito, que indica uma ação que começou no passado, mas que, por alguma razão, não chegou a ser concluída (nesse caso, porque o visto do sujeito foi confiscado). Essa é a principal diferença entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito.
Isso, entretanto, diz respeito ao pretérito perfeito simples, em que há a presença de apenas um verbo. No pretérito perfeito composto, o sentido muda um pouco.
Pretérito perfeito composto (do indicativo e do subjuntivo)
No pretérito composto, há a utilização de dois verbos: um principal e um auxiliar. O verbo principal está na forma do particípio, enquanto o verbo auxiliar é necessariamente o verbo “ter” (ou “haver”, embora menos frequente) conjugado no presente do indicativo, ou seja, “tenho” e suas variações. Confira um exemplo:
(4) Eu tenho estudado todos os dias.
Em (4), o sentido não é o de uma ação que começou e foi finalizada no passado. Isso porque o pretérito perfeito composto indica uma ação que começou no passado, mas que perdura até o momento em que se fala. No exemplo em questão, compreendemos que o sujeito começou a estudar num momento anterior ao instante da enunciação, permanecendo estudando desde então, até o momento em que proferiu a oração. E sabemos que o sujeito realmente tem estudado todos os dias, não havendo dúvidas quanto a isso. Trata-se, portanto, de um exemplo do chamado pretérito perfeito composto do indicativo.
A forma composta, entretanto, também permite a formação do chamado pretérito perfeito composto do subjuntivo. Ele é criado a partir da junção do presente do subjuntivo do verbo “ter” (ou “haver”, embora menos frequente), ou seja, “tenha” e suas variações. Confira um exemplo:
(5) Espero que tu não tenhas terminado com sua namorada.
Perceba que, neste exemplo (5), o verbo não expressa uma certeza, mas cogita uma possibilidade, ou seja, algo que pode ou não ter acontecido num tempo passado. Essa é uma das características do modo subjuntivo: não expressar certeza, mas dúvida ou desejo; neste exemplo, mais desejo que dúvida.
Regras para a formação do pretérito perfeito com verbos regulares
Diferente do que ocorre com os verbos irregulares e anômalos, os chamados verbos regulares possuem uma forma recorrente para suas conjugações, sendo divididos em:
- 1ª conjugação: verbos que possuem a vogal temática -a-:
- Pegar, almoçar, ligar;
- 2ª conjugação: verbos que possuem a vogal temática -e-:
- Beber, escolher, ceder;
- 3ª conjugação: verbos que possuem a vogal temática -i-:
- Dirigir, falir, ferir.
São as seguintes as regras para se formar o pretérito perfeito:
- Pretérito perfeito simples do indicativo
- 1ª conjugação
Tu radical + aste Tu and + aste
Nós radical + amos Nós and + amos
Vós radical + astes Vós and + astes
Eles radical + aram Eles and + aram
-
- 2ª conjugação
Tu radical + este Tu com + este
Nós radical + emos Nós com + emos
Vós radical + estes Vós com + estes
Eles radical + eram Eles com + eram
-
- 3ª conjugação
Tu radical + iste Tu part + iste
Ele radical + iu Ele part + iu
Nós radical + imos Nós part + imos
Vós radical + istes Vós part + istes
Eles radical + iram Eles part + iram
- Pretérito perfeito composto do indicativo
Eu tenho + particípio do verbo principal Eu tenho + estudado
Tu tens + particípio do verbo principal Tu tens + estudado
Ele tem + particípio do verbo principal Ele tem + estudado
Nós temos + particípio do verbo principal Nós temos + estudado
Vós tendes + particípio do verbo principal Vós tendes + estudado
Eles têm + particípio do verbo principal Eles têm + estudado
- Pretérito perfeito composto do subjuntivo
Que eu tenha + particípio do verbo principal Que eu tenha + estudado
Que tu tenhas + particípio do verbo principal Que tu tenhas + estudado
Que ele tenha + particípio do verbo principal Que ele tenha + estudado
Que nós tenhamos + particípio do verbo principal Que nós tenhamos + estudado
Que vós tenhais + particípio do verbo principal Que vós tenhais + estudado
Que eles tenham + particípio do verbo principal Que eles tenham + estudado