Quebra da Bolsa de Valores de Nova York – O que foi? Consequências
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- Publicado: 25/02/2019
- Atualizado: 25/02/2019: 13 45
- Por: Umberto Oliveira
O dia 29 de outubro ficou conhecido com “Terça-feira negra”. Neste dia a Bolsa de Valores de Nova York quebrou, levando à falência de dezenas de empresas e bancos, bem como ao suicídio de vários empresários que ficaram arruinados.
A quebra da bolsa deu início à chamada Grande Depressão, um longo período de recessão americana que se espalhou dos Estados Unidos a países da Europa e Ásia, e que só terminaria com a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
O que foi a Quebra da Bolsa de Valores?
A quebra foi resultado de uma grande crise econômica que afetou os Estados Unidos em 1929, causada, entre outros fatores, pela superprodução industrial e agrícola, pela especulação financeira e por empréstimos sem garantia
Os antecedentes
A economia americana, que havia crescido durante a Primeira Guerra Mundial, fornecendo produtos industrializados (sobretudo armas e alimentos) para os países aliados, aumenta ainda mais a sua produção, para dar conta das necessidades de uma Europa arrasada pelo pós-guerra.
Esse crescimento da produção industrial norte-americana gerou criação de empregos, que, por sua vez, aumentou a renda do trabalhador, culminando, também, um importante mercado consumidor interno.
Além disso, como forma de incentivar o consumo, havia uma farta expansão do crédito e também uma forte especulação, pois a certeza de lucro e crescimento das empresas levou muitas pessoas a investirem em ações.Todo esse cenário positivo de crescimento, renda e consumo marcou o chamado “American Way of Life” (estilo de vida americano).
Investindo em massa nas ações
A alta produtividade gerou especulação na Bolsa de Valores de Nova York, que registrou uma forte alta no período. Com isso, a cotação das ações deu salto, apresentando valorização constante, e tornando a compra de ações um investimento bastante popular entre bancos e empresas. As ações também chamaram a atenção de pessoas físicas, que acreditavam ser um investimento seguro e de lucro certo. Era comum hipotecar imóveis e empresas como garantia para os investimentos.
Gradativamente, a economia europeia começou a se recuperar, diminuindo as exportações oriundas dos Estados Unidos. Além disso, as indústrias europeias, revitalizadas, tornaram-se concorrentes das indústrias americanas.
Prenúncio da quebra
O setor automobilístico foi o primeiro a mostrar que algo não ia bem. Com as vendas para a Europa diminuindo drasticamente, e uma vez que o mercado interno não conseguia suprir a demanda de produtos, as fábricas começaram a desacelerar a produção, determinando demissões.
Com poucas vendas, as empresas do setor realizaram um forte corte na produção, reduzindo drasticamente a compra de borracha, cobre, vidro e aço. Isso causou um efeito cascata, fazendo com que as ações de várias indústrias entrassem em queda livre.
O desemprego crescente e a queda no valor de muitas ações provocou uma corrida ao mercado, com muitas pessoas tentando vender sua ações desesperadamente, na tentativa de diminuir os possíveis prejuízos.
Quando ocorreu a Quebra da Bolsa de Valores?
Em 29 de outubro de 1929, após várias quedas, o mercado de ações registrou um movimento maciço de vendas que levou à queda brusca no valor das ações. Milhões de ações foram vendidas apenas naquele dia, tornando a quebra da Bolsa inevitável.
Esse evento gerou um efeito devastador na economia norte-americana, atingido não só as empresas como também os bancos, pois estes tinham altos investimentos em ações. Além disso, tais instituições haviam emprestado muito dinheiro para várias empresas, que agora já não conseguiam honrar suas dívidas.
Consequentemente, os bancos não conseguiam garantir os saques de correntistas. Como consequência, uma série de bancos e empresas entraram em falência, gerando uma onda de desemprego.
A crise se estendeu com força até 1933, com as taxas de desemprego atingindo a casa dos 25%,. tornando-se uma crise mundial, que se espalhou para vários países, incluindo o Brasil.
O New Deal
O governo, que até então adotava a política do Laissez-faire, ou seja, a não intervenção na economia, resolveu agir. Em 1933, Franklin Delano Roosevelt é eleito, com a missão de reviver a economia norte-americana. Junto com o congresso americano, o novo presidente criou o New Deal, uma série de planos e leis com o objetivo de tirar o país da recessão.
Entre as medidas tomadas estavam:
- Investimento em obras públicas, como forma de gerar empregos;
- Destruição dos estoques de gêneros agrícolas, para conter a queda dos preços;
- Controle dos preços e da produção industrial;
- Diminuição da jornada de trabalho;
- Fixação de um salário mínimo;
- Criação do seguro-desemprego e seguro-aposentadoria.
Essas medidas tiveram relativo sucesso, retirando o país da depressão, embora a economia norte-americana só tenha se normalizado totalmente com o início da Segunda Guerra Mundial.