Salvador Dalí – Quem foi? Biografia e Principais Obras
Você sabe quem foi Salvador Dalí? Confira, aqui no Gestão Educacional, a biografia completa com a história dessa figura tão importante para a arte mundial!
- Publicado: 14/05/2019
- Atualizado: 14/05/2019: 13 36
- Por: Alexandre Peres
Salvador Dalí foi um dos mais emblemáticos pintores do século XX. Dono de uma personalidade extravagante e de um talento enorme, Dalí tornou-se um dos maiores nomes do Surrealismo.
Além da pintura, destacou-se na escultura, no cinema e na fotografia, colaborando com grandes nomes dessas artes. Que tal conhecer um pouco mais sobre ele? Confira, essas e outras informações completas, só aqui, no Gestão Educacional!
Nascimento e primeiros anos de Salvador Dalí
Salvador Felip Jacint Dalí i Domènech nasceu em 11 de maio de 1904, em Figueres, Catalunha, Espanha. Seus pais foram Salvador Dalí Cusí, famoso e influente advogado da cidade, e Felipa Domènech Ferrés.
Salvador Dalí teve dois irmãos: um mais velho, que morreu nove meses antes de seu nascimento, cujo nome também era Salvador Dalí, e uma irmã três anos mais nova, chamada Ana María.
A relação de Dalí com o pai não era muito boa, uma vez que este era rígido e com um mau temperamento, o que fez o jovem se aproximar mais de sua mãe, que fora responsável por intermediar os primeiros contatos dele com a arte.
Escola e férias em Cadaqués
Aos quatro anos de idade, começou sua educação formal numa escola pública em Figueres, mas obteve maus resultados, fazendo com que seu pai o transferisse para uma escola particular, na qual as aulas eram ministradas em francês. Ainda assim, Dalí não gostava do confinamento na sala de aula.
Durante as férias de verão, a família de Dalí passava um tempo na cidade costeira de Cadaqués. Numa dessas viagens, em 1916, Dalí conheceu um amigo da família, Ramón Pichot, pintor impressionista, com quem teve suas primeiras aulas.
Pichot foi também responsável por convencer o pai de Salvador Dalí a deixá-lo tentar entrar na Academia de Arte de Madrid.
Morte da mãe e Academia de Artes
1921 foi um ano turbulento para Dalí. Em fevereiro deste ano, sua mãe morre de câncer de mama. Dalí tinha, na época, 16 anos, e sentiu muito a perda da mãe, de quem era muito próximo. Seu pai casou-se com sua tia por parte de mãe.
Em outubro deste mesmo ano, Dalí muda-se para Madrid, juntando-se à Academia de Artes de San Fernando. Fez amizade nesse período com importantes nomes do mundo da arte, como Frederico García Lorca e Luís Buñuel.
Na academia, teve contato com diferentes movimentos de vanguarda, como o Cubismo, o Futurismo e o Purismo. Entretanto, sentia-se desencorajado a inovar na universidade, questionando os professores e agindo com indisciplina, o que acarretou na sua expulsão, em 1926.
Na época, Dalí já era relativamente conhecido, protagonizando algumas exposições em Barcelona e Madrid. Após a expulsão da academia, ele volta a Figueres, onde continua pintando. Suas obras, entretanto, chocam o público por retratarem cenas perturbadoras, o que faz com que ele seja cada vez mais deixado de fora das mais importantes exposições da época.
Contato com o Surrealismo e casamento
Em 1929, Dalí junta-se ao seu colega Luis Buñuel para criar um filme, intitulado Um Chien Andalou (Um Cão Andaluz, em tradução livre). O filme, que mostra cenas de violência e corpos em decomposição, chamou a atenção das vanguardas, especialmente da surrealista, garantindo aos dois artistas um passe ao círculo de artistas do surrealismo.
Integrando esse círculo de amizades, conheceu importantes nomes do surrealismo, como René Magritte, Hans Arp, Paul Eluard, etc. Conheceu, também, a esposa deste último, Gala, com quem logo iniciou um relacionamento e, no mesmo ano, partiu com ela para Paris. Eles se casaram em 1934.
Dalí e o Surrealismo
Uma das inspirações de Dalí e dos demais surrealistas foram as traduções em espanhol dos textos psicanalíticos de Sigmund Freud, que chegaram à Espanha durante o século 20. Dalí era um ávido leitor de Freud e se interessava por temas como o da psicanálise, da paranoia e dos demais transtornos.
O artista passou a incorporar esses conceitos em suas obras. O interesse pela paranoia, por exemplo, o levou a desenvolver o método crítico-paranoico, ferramenta para criação e apreciação de obras surrealistas.
Apesar de fazer parte do movimento, a relação de Dalí com os demais integrantes e com o próprio movimento, em si, não era das melhores.
Em meados do século 30, por conta do comportamento de Dalí, especialmente pela sua autopromoção e insubordinação às atividades do grupo, André Breton, líder do movimento, cada vez mais passou a criticá-lo e a demonstrar insatisfação para com o artista, inclusive apelidando-o de “Avida Dollars”, um anacronismo com seu nome, insinuando que o objetivo de Dalí era apenas o lucro.
Esses e outros eventos culminaram na sua ruptura do movimento, em 1939.
Artista independente e América
Depois de deixar o movimento surrealista, Salvador Dalí continuou pintando e esculpindo. Fugindo da tensão anterior ao início da Segunda Guerra Mundial, Dalí e Gala foram aos Estados Unidos da América, onde já possuíam certa fama.
Além das exposições que fez, especialmente no Museu de Arte Moderna de Nova York e no Museu de Arte da Filadélfia, Dalí colaborou com grandes nomes do cinema e do entretenimento, como Alfred Hitchcock e Walt Disney.
Após a Segunda Guerra Mundial e o bombardeiro de Hiroshima e Nagasaki, Dalí ficou fissurado por temas da ciência, como a física, especialmente a nuclear. Buscou uma maneira de relacionar o misticismo das religiões com as forças da natureza naquilo que ele chamou de “Misticismo Nuclear”.
Anos finais e morte
Com os passar dos anos, as obras de Dalí foram expostas em museus ao longo de todo o mundo, inclusive museus e teatros próprios para suas obras foram inaugurados. Entretanto, conforme o tempo passou, Dalí foi pintando cada vez menos.
Salvador Dalí morreu no dia 23 de janeiro de 1989, em Figueres, sua cidade natal, vítima de uma insuficiência cardíaca enquanto assistia a uma exibição da peça Tristão e Isolda, aos 84 anos.
Principais obras
- A persistência da memória (1931);
- Construção Mole com Feijões Cozidos: Premonição da Guerra Civil (1936);
- Telefone-lagosta (1936);
- Metamorfose de Narciso (1937);
- Girafa em Chamas (1937);
- O Sono (1937);
- A Face da Guerra (1940);
- Tristão e Isolda (1944);
- A Tentação de Santo Antão (1946);
- Leda atômica (1949);
- Cristo de São João da Cruz (1951);
- Melting Watch (1954);
- A Última Ceia (1955).