Ciência Política – O que é? Como surgiu? Principais Obras
Você sabe o que é Ciência Política? Confira, aqui no Gestão Educacional,informações completas sobre como surgiu, evolução e principais obras do assunto.
- Publicado: 11/03/2019
- Atualizado: 11/03/2019: 13 28
- Por: Rodrigo Herrero Lopes
A Ciência Política é uma ferramenta importante para a compreensão da nossa sociedade, do Estado e dos rumos políticos de nosso país e do mundo. Disciplina pertencente às Ciências Sociais, o estudo da política é feito a partir de várias outras áreas do conhecimento que se somam para uma melhor compreensão dos fenômenos analisados.
História, Economia, Direito, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Administração Pública, Relações Internacionais e Filosofia Política são alguns dos temas que fazem parte da base teórica na qual a Ciência Política se estabelece para realizar seus estudos.
O que é Ciência Política?
A Ciência Política procura se debruçar no estudo dos governos, dos Estados e das demais instituições de poder, buscando compreender suas estruturas e seus processos. Ela abarca a teoria e a prática política, bem como a análise dos comportamentos dos atores políticos, além, claro, de estudar os sistemas e as formas de governo.
O cientista político pode direcionar seu olhar não apenas para o governo macro, mas também para sindicatos, empresas, igrejas e demais organizações possuidoras de estruturas e processos que se aproximem e se relacionem com os governos.
Uma discussão muito premente na Ciência Política é quanto ao seu objeto de estudo. Enquanto alguns teóricos defendem que o centro da análise deve ser o Estado, outros afirmam que o poder deve ser privilegiado nos estudos, alegando que este é mais amplo e pode abarcar uma análise mais interessante.
Como surgiu a Ciência Política?
O estudo da política em si é muito antigo e remete ao período da Grécia Antiga. À época, Aristóteles buscou entender e definir as distintas formas de governo. A partir desse passo dado pelo filósofo grego, a política começou a fazer parte de análises teóricas, mas também do dia a dia de governantes e dos membros das sociedades, pois cada vez mais os indivíduos entenderam que a política faz parte das relações humanas.
Mas, apesar de a Ciência Política já ganhar tamanha importância desde os tempos antes de Cristo, é apenas a partir do século XIX que ela irá ser sistematizada e ganhar espaço e relevância dentro das Ciências Sociais e do cotidiano de governos, Estados, sociedades, etc.
Vale dizer que a Ciência Política está dentro do contexto do Iluminismo, que permitiu o surgimento de várias das Ciências Humanas, como a História, a Sociologia e a Antropologia. O termo Ciência Política foi criado por um pensador estadunidense de nome Herbert Baxter Adamn, em 1880. Esse professor de História definiu o termo que hoje é aplicado à teoria e também à prática da política.
Principais pensadores e obras de política
Há vários nomes de autores que podem ser colocados como fundamentais para o pensamento político moderno e contemporâneo. Um dos nomes mais importantes é do filósofo italiano Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), conhecido como o fundador do pensamento e da Ciência Política moderna. Sua principal obra, O Príncipe, foi publicada post-mortem em 1532 e contém elementos importantes sobre a formação e a defesa de um Estado, no caso, visando a luta pela unificação da Itália e pela defesa da terra diante dos inimigos estrangeiros.
Outro nome de destaque do pensamento político foi o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679), que tem na obra Leviatã (1651) a sua peça principal, na qual abordou a natureza humana, que, na visão dele, é violenta e visa a supremacia dos fortes e inteligentes sobre os outros, ao mesmo tempo em que todos têm medo de conflitos. Para evitá-los, vivem sob um contrato social, com uma autoridade forte a governar o destino desses indivíduos, controlando os seus desejos instintivos e naturais.
O político, filósofo e escritor francês Charles-Louis de Secondat, mais conhecido como Monstesquieu (1689 – 1755), foi outro pensador importante da política. Sua maior contribuição foi a criação da teoria da separação de poderes, que fundamenta a grande maioria dos Estados ocidentais, em que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm atuações limitadas e cada um deles balanceia o poder do outro. Sua principal obra é O Espírito das Leis (1748).
Outro francês também foi importante na concepção moderna da política. Trata-se de Alexis de Tocqueville (1805 – 1859), que fez muitas análises sobre a Revolução Francesa, a democracia nos Estados Unidos e a evolução de muitas democracias no Ocidente. Com ele surgiu uma preocupação que derivou um conceito conhecido como tirania da maioria, em que os interesses das minorias poderiam ficar em segundo plano na democracia diante da vontade estabelecida por uma maioria eleitoral, levando a uma opressão semelhante às ditaduras.
Há muitos outros pensadores importantes desse processo, como John Locke, Jean-Jacques Rousseau, John Stuart Mill, Edmund Burke, Max Weber, Karl Marx, etc.