Getúlio Vargas – Quem foi? História e feitos
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- Publicado: 17/10/2018
- Atualizado: 24/01/2019: 14 31
- Por: Marcela Mazetto
Getúlio Dornelles Vargas foi um advogado, político e um dos presidentes mais conhecidos do Brasil. Liderou a Revolução de 1930, que acabou com a República Velha, assumindo a presidência do país e dando início a um longo período de governo.
Foi presidente durante dois tempos: de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, ano em que se suicidou. Durante seu governo, Getúlio Vargas ficou conhecido como “pai dos pobres”, por adotar uma política populista e implementar medidas sociais aos trabalhadores.
Mesmo após a sua morte, Getúlio e alguns de seus princípios e ideais políticos ainda são lembrados e invocados por partidos atuais, como o PDT (Partido Democrata Trabalhista).
Origem
Getúlio Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, em São Borja, município do interior do Rio Grande do Sul, localizado na fronteira com a Argentina. Filho de fazendeiros, Vargas estudou na sua cidade de origem e em Ouro Preto.
Depois, retornou e tentou seguir carreira militar, chegando a atingir a patente de sargento e a participar da Coluna Expedicionária do Sul, que marcou a disputa entre Brasil e Bolívia pelo Acre.
Em 1904, Vargas matriculou-se na Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre, atual Universidade Federal do Rio Grande do Sul, finalizando o bacharelado em direito em 1907, posteriormente trabalhando como promotor público.
Já em 1909, foi eleito deputado estadual pelo PRR (Partido Republicano Rio-grandense), ocupando o cargo durante vários mandatos. No ano de 1923, foi eleito deputado federal, tornando-se líder da bancada gaúcha na Câmara e foi reeleito nos mandatos seguintes.
Em 1926, assumiu o Ministério da Fazenda, deixando o cargo no ano seguinte, para se candidatar à presidência do Rio Grande do Sul, da qual saiu vitorioso. Foi nesse período que Getúlio se candidatou, também, à Presidência da República e começou um movimento de oposição ao atual governo, exigindo o fim da política de coronelismo.
Nas eleições à presidência de 1930, Júlio Prestes foi eleito, mas setores políticos contrários alegavam resultado fraudulento e deram um golpe de estado que colocou Getúlio (então opositor de Prestes) no cargo de presidente do país.
A esse momento histórico dá-se o nome de Revolução de 1930. A partir de então, tem-se início o governo de Getúlio Vargas, que é dividido em diferentes fases. Confira, abaixo:
Governo Provisório
O Governo Provisório vai de 1930 a 1934 e corresponde ao período em que Getúlio iniciou uma modernização no país. Nessa época, criou os Ministérios da Educação e Saúde e do Trabalho, Indústria e Comércio.
Foi também nesse momento histórico em que ocorreu a Revolução Constitucionalista de 1932, que tinha como finalidade a criação de uma nova Constituição (a antiga havia sido derrubada por Getúlio). O então presidente conseguiu conter a revolta e instaurou a Constituição de 1934.
Governo Constitucionalista
Corresponde aos anos de 1934 a 1937, nos quais a nova Constituição é validada e aplicada. Dos direitos trabalhistas, ao ensino primário obrigatório e ao voto secreto e feminino são algumas das novidades que passavam a ser garantidas por lei.
Intentona Comunista e Plano Cohen
Período que vai de 1935 a 1936, quando Getúlio e as Forças Armadas derrotam a Intentona Comunista (revolta contra o governo Vargas). O Plano Cohen é forjado pelo Integralismo (uma espécie de direita nacional), defendendo que havia um plano para que uma revolução de governo comunista fosse instaurada no país.
Com isso, Getúlio consegue apoio da população e de militares e derruba a Constituição de 1934, iniciando o Estado Novo.
Estado Novo
O Estado Novo inicia em 1937 e termina em 1945, período marcado pelo autoritarismo e poder centralizador do governo. Getúlio acabou com a liberdade partidária, fechou o Congresso Nacional e criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), em uma tentativa de manipular positivamente a sua imagem.
Em 1943, iniciou-se uma oposição aberta ao governo de Getúlio e ao Estado Novo, também conhecida como Manifesto Mineiro, que era assinado por políticos, empresários e intelectuais de Minas Gerais. Diante da iminência de um golpe, o presidente renuncia ao cargo e volta à sua cidade natal como exilado, em 1945 – mesmo ano em que retorna à política eleito como senador.
Presidência pelo voto
Em 1951, Getúlio retorna à presidência, mas pelo voto popular. Porém, essa foi uma administração conturbada, com seguidas acusações de corrupção, perda do apoio militar e implementação de leis controversas.
O atentado da Rua Tonelero foi o ápice do declínio do governo Vargas. Na ocasião, Carlos Lacerda, membro da UDN (oposição), levou um tiro no pé e o major Rubens Florentino Vaz foi morto por seguranças de Getúlio.
Tal evento agravou a crise política existente, com militares e ministros pedindo que Getúlio se afastasse do cargo. Na madrugada de 23 para 24 de agosto de 1954, o presidente suicidou-se.