Comunismo – O que é? Como surgiu? O que defende? Exercícios [QUIZ]

O Comunismo é uma ideologia política e socioeconômica bastante confundida nos dias de hoje, acabando até por ser usada por algumas pessoas para nomear qualquer iniciativa mais progressista ou à esquerda do espectro político. Por isso, é importante entender o que é o Comunismo e como alguns Estados implantaram essa doutrina na prática de seus países.

Derrotada em âmbito global em 1991, após o fim da União Soviética e a vitória do Capitalismo dos Estados Unidos diante do Comunismo russo, essa doutrina tem origem que remete à Antiguidade, apesar de ter se fortalecida a partir do século XIX.

Socialismo

O que é o Comunismo?

O objetivo central do comunismo é promover uma sociedade igualitária, em que não haja propriedade privada e sejam abolidos classes sociais e Estado. Isso porque, o Comunismo parte de um pressuposto de que a desigualdade social acarreta inúmeros problemas para a sociedade, podendo se desdobrar em miséria, violência e guerras.

Uma confusão muito comum é entre Comunismo e Socialismo. Apesar de serem conceitos semelhantes, não são sinônimos. Na teoria estabelecida pelo filósofo Karl Marx, o Socialismo seria uma etapa até se chegar ao Comunismo.

No Socialismo, é visado o controle do Estado sobre a produção e a distribuição dos bens, até não precisar mais de um poder central, eliminando o Estado de uma vez por todas. Logo, o Comunismo seria um governo comum de todos.

Como surgiu o Comunismo?

É comum associarmos a doutrina comunista a Karl Marx e Friedrich Engels, principais ideólogos do tema. No entanto, os ideais de uma sociedade igualitária já eram mencionados na Antiguidade clássica. Platão chegou a escrever em “A República”, uma de suas principais obras, que um modelo de sociedade ideal seria baseado na extinção da propriedade privada e da família.

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Tais ideias passaram por reformulação ao longo dos séculos e ganharam maior corpo a partir do século XIX, em um contexto de Revolução Industrial. O crescimento das indústrias levava ao aumento das riquezas entre as elites e ao pleno desenvolvimento do Capitalismo, enquanto que os trabalhadores eram explorados e viviam na miséria.

Diante disso, muitos intelectuais passaram a formular teorias alternativas ao sistema capitalista. Uma delas é o Comunismo, que está dentro da teoria marxista.

Como funciona?

O comunismo parte de uma análise de que, ao longo da história, a sociedade foi marcada por uma luta de classes, opondo uma classe a outra, e que essa fratura sempre gerou um novo sistema, com os vitoriosos no comando dos subjugados.

No Capitalismo, o antagonismo é protagonizado pela burguesia, que detém os meios de produção e, consequentemente, grande parte da riqueza produzida, e o proletariado possui apenas a sua mão de obra, que é tratada e vendida como uma simples mercadoria.

O que defende?

Diante desse cenário, a teoria marxista defende a abolição da propriedade privada e a socialização dos meios de produção, para que não haja mais controle de propriedade e renda, sendo que essas passarão a pertencer a todos.

E com uma maior conscientização e organização da classe trabalhadora, essa assumiria o controle do sistema, levando à abolição das classes sociais e, posteriormente, ao fim do Estado, encaminhando a sociedade para o sistema comunista, em que o poder ficaria nas mãos dos trabalhadores.

Dados atuais no mundo

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Atualmente, o mundo possui poucos países que seguem as teses socialistas ou comunistas, levando em conta que, para o Comunismo ser implantado em sua totalidade, o Estado deveria ser extinto. Logo, não existe um país puramente comunista, embora possamos citar estados que utilizam muitos de seus conceitos, casos de China, Cuba e Coreia do Norte.

Os chineses se flexibilizaram e hoje possuem uma economia de mercado capitalista, sob as fortes mãos de um governo central, com partido único. Já Cuba é o único país das Américas de doutrina comunista, adotada em 1959, após a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro e Che Guevara. Já a Coreia do Norte é governada por Kim Jong-un, que segue a dinastia da família, em algo parecido com uma monarquia comunista, em um país extremamente fechado.

Exemplos históricos

Há vários exemplos de Estados que seguiram ideias comunistas, especialmente no século XX, muito por conta da União Soviética, criada a partir da Revolução Russa de 1917 – que levou os trabalhadores ao poder no então Império Russo, governado por um Czar. Foi a primeira experiência de socialismo real implantado por um país.

Liderado por figuras como Vladimir Lenin e Leon Trotski, a Rússia foi o país que mais buscou colocar em prática as ideias de Marx, embora, com o passar dos anos, especialmente após a tomada do poder por Josef Stálin, em 1922, muitos estudiosos considerem que os caminhos adotados tenham afastado aos poucos União Soviética dos preceitos marxistas.

Com a ascensão do ideário comunista/socialista na Rússia, outros países acabaram tendo suas próprias revoluções e indo para o arco de influência soviética, casos de Polônia, Hungria e antigas Checoslováquia e Iugoslávia. A derrocada do regime comunista se oficializou em 1991, com o colapso e o fim da União Soviética.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

Quizz

Teste seus conhecimentos sobre Comunismo – O que é? Como surgiu? O que defende? Exercícios [QUIZ]

1) A respeito do Comunismo, trata-se de um sistema de governo baseado:

  • a) no controle do Estado para a produção e distribuição de bens.
  • b) na propriedade privada, bem como no lucro e na acumulação de bens.
  • c) no fim da propriedade privada e das divisões de classes sociais.
  • d) no fim do controle do Estado e de qualquer tipo de dominação, seja ela religiosa, cultural, política, econômica ou social.

2) Das alternativas abaixo, selecione as que melhor correspondem às características de uma ideologia comunista e marque a alternativa correta:

I. Trata-se de uma ideologia progressista, mais à esquerda do cenário político.
II. Busca promover uma sociedade mais igualitária, sem o controle do Governo e sem a divisão de classes sociais.
III. Sustenta-se no controle do Estado para gerir os melhores recursos à população, de acordo com as necessidades de cada um.
IV. Defende um sistema de governo que rejeita qualquer tipo de autoridade, incluindo o poder religioso.
V. Pretende promover a socialização dos meios de produção que passarão a pertencer a todos.

  • a) Apenas I e II.
  • b) Apenas II e III.
  • c) Apenas II, III e IV.
  • d) Apenas I, II e V.

3) Das alternativas a seguir, marque aquela que apresenta os países considerados de ideologia comunista hoje:

  • a) China, Coreia do Norte, Cuba, Vietnã, Laos e Transnístria.
  • b) China, Coreia do Sul, Cuba, Vietnã, Laos e República Dominicana.
  • c) China, Coreia do Norte, Cuba, Mongólia, Laos e Taiwan.
  • d) China, Coreia do Norte, Cuba, Taiwan, Porto Rico e Cambodja.

4) “Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. Desde as épocas mais remotas da história, encontramos, em praticamente toda parte, uma complexa divisão da sociedade em classes diferentes, uma gradação múltipla das condições sociais. Na Roma Antiga, temos os patrícios, os guerreiros, os plebeus, os escravos; na Idade Média, os senhores, os vassalos, os mestres, os companheiros, os aprendizes, os servos; e, em quase todas essas classes, outras camadas subordinadas” (Manifesto Comunista).

De acordo com o que foi defendido no Manifesto Comunista de 1848, Marx e Engels propunham que o motor da História da humanidade era:

  • a) a predestinação divina.
  • b) a evolução material da sociedade.
  • c) as ideias desenvolvidas pelos homens.
  • d) a luta de classes.

5) “UM ESPECTRO RONDA A EUROPA — o espectro do comunismo. Todas as potências da velha Europa uniram-se numa Santa Aliança para exorcismá-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot, os radicais franceses e os espiões da polícia alemã. Qual o partido de oposição que não foi acusado de comunista por seus adversários no poder? Qual o partido de oposição que também não lançou contra seus adversários progressistas ou reacionários o estigma do comunismo?
Daí decorrem duas conclusões:
I – O comunismo já é considerado uma força por todas as potências da Europa.
II – Já é tempo dos comunistas publicarem abertamente, diante de todo o mundo, suas ideias, seus fins, suas tendências, opondo à lenda do comunismo um manifesto do próprio partido.
Para isso, comunistas de várias nacionalidades reuniram-se em Londres e redigiram o manifesto seguinte, a ser publicado em inglês, francês, italiano, flamengo e dinamarquês.
(…)
Proletários de todo o mundo, uni-vos!”
Manifesto do Partido Comunista, Karl Marx e Fredrich Engels.

A partir do trecho do Manifesto Comunista acima exposto, é possível afirmar que ele defende:

  • a) o fascismo.
  • b) o nacionalismo.
  • c) o internacionalismo.
  • d) o patriotismo.

6) (Adaptado Fatec/2012) Em 1848, dois jovens revolucionários alemães escreveram:

“Assim, o desenvolvimento da grande indústria mina sob os pés da burguesia as bases sobre as quais ela estabeleceu o seu sistema de produção e de apropriação. A burguesia produz, antes de mais nada, os seus próprios coveiros. A sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis” (Cf. K. Marx-F. Engels. Obras Escolhidas em três tomos. Lisboa-Moscovo: Edições “Avante!”/Edições Progresso, 1982).

Esse texto expressa princípios da ideologia:

  • a) fascista
  • b) comunista.
  • c) socialista.
  • d) capitalista.

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