Termos constituintes da oração – O que são? Quais são? Exemplos
Está com dúvidas nas aulas de português sobre o que são os termos constituintes da oração? Aqui, no Gestão Educacional, você confere tudo sobre o assunto!
- Publicado: 05/12/2019
- Atualizado: 05/12/2019: 11 42
- Por: Alexandre Peres
As orações são estruturadas com determinados termos. Alguns deles são essenciais para a oração, outros integram outros termos, completando o sentido deles, e outros, embora dispensáveis, complementam o sentido de alguns termos, acrescentando informações.
Ao primeiro dá-se o nome termos essenciais da oração; ao segundo termos integrantes da oração; e ao terceiro termos acessórios da oração. Juntos, eles constituem o que se conhece como termos constituintes da oração.
Neste artigo do Gestão Educacional, veremos um pouco, de maneira geral, a respeito de cada um dos tipos de termos que constituem a oração.
O que são os termos essenciais da oração? Quais são?
São dois os termos essenciais da oração: o sujeito e o predicado. Porém, tanto o sujeito quanto o predicado podem não estar materialmente expressos na oração. Quando algum desses casos ocorre, a oração passa a ser chamada oração elíptica.
Sujeito da oração
O sujeito nada mais é do que o ser sobre o qual se faz uma declaração. Ele pode ser representado na oração pelos pronomes pessoais, por um substantivo, por um pronome demonstrativo, relativo, interrogativo ou indefinido, por um numeral, por uma palavra ou expressão substantivada ou por uma oração substantiva subjetiva.
O sujeito pode ser simples ou composto. Ele é simples quando é formado apenas por um núcleo, ou seja, um substantivo, um pronome, um numeral etc. (ex: “o menino faltou”), e composto quando é formado por dois ou mais núcleos (como: “o menino e a menina faltaram”).
Além disso, o sujeito pode ser:
- Determinado, quando facilmente identificado na oração, por estar verbalmente/graficamente expresso.
- Exemplo: O chefe contratou mais um funcionário.
- Indeterminado, quando não está expresso nem se pode determiná-lo ou identificá-lo, embora saibamos que ele exista.
- Exemplo: Contrata-se novos funcionários (Alguém está contratando, logo, o sujeito existe, só não sabemos quem é).
- Oculto, quando não está expresso na oração, mas é possível identificá-lo pela desinência do verbo ou pela presença dele em uma outra oração, anterior ou posterior.
- Exemplo: Andei de bicicleta hoje (O verbo “andei” está conjugado na primeira pessoa do singular; logo, o sujeito é a primeira pessoa do singular, ou seja, “eu”).
- Inexistente, no caso das chamadas orações sem sujeito. Isso acontece porque alguns verbos são impessoais, ou seja, não fazem referência a nenhum sujeito.
- Exemplo: Chuviscou pela manhã (Não há nenhum sujeito para o verbo “chuviscou”).
Predicado da oração
O predicado nada mais é do que tudo aquilo que se diz a respeito do sujeito. Ele pode ser: nominal, verbal ou verbo-nominal.
Predicado nominal
O predicado nominal é formado por um verbo de ligação somado a um predicativo do sujeito, podendo o predicativo ser um substantivo, uma expressão substantivada, um adjetivo, uma locução adjetiva, um pronome, um numeral ou uma oração substantiva predicativa. Em outras palavras, algum termo de natureza nominal.
Pelo fato de o verbo ser um de ligação, ele não tem força o suficiente para ocupar a posição de núcleo do predicado. Por isso um termo de natureza nominal ocupa essa posição.
- Exemplo: Thaís é uma moça bonita.
Nesse exemplo, o núcleo do predicado é o substantivo “moça”, ao qual se agregam o artigo “uma” e o adjetivo “bonita”, sendo o predicado introduzido pelo verbo de ligação “é”.
Predicado verbal
O predicado será verbal quando tiver como elemento principal da declaração um verbo significativo, ou seja, um verbo que traz uma ideia nova ao sujeito, podendo ser ele um verbo transitivo ou intransitivo, mas nunca um verbo de ligação (uma vez que ele não é significativo).
Exemplo: Ela viajou para São Paulo.
O verbo “viajou” é significativo, pois está acrescentando uma nova informação à oração a respeito do sujeito. Temos, portanto, um predicado verbal.
Predicado verbo-nominal (ou misto)
Em alguns casos, o predicado pode possuir dois núcleos significativos: um formado por um verbo significativo, outro por um predicativo do sujeito, ou seja, por um nome.
Exemplo: Na festa, ela dançou entristecida.
Perceba que ambos os termos estão contando algo novo a respeito do sujeito. Sabemos que:
- Ela dançou;
e - [Ela estava] entristecida.
Temos, portanto, um caso de predicativo verbo-nominal ou misto.
O predicado pode não ser materialmente expresso?
Embora seja um termo essencial, em alguns casos também pode não estar materialmente expresso na oração. Por exemplo:
- A) Quem atirou a bolinha de papel?
B) O Miguel.
Em (b), o predicado não está graficamente expresso. Porém, pelo contexto, sabemos que o que a pessoa quis dizer foi: “O Miguel [atirou a bolinha de papel].”
Outro exemplo é: Curitiba, cidade fria.
Nesse caso, parte do predicado não está graficamente expresso. A frase completa seria “Curitiba [é uma] cidade fria”.
Termos integrantes da oração
Alguns termos da oração têm a função apenas de completar o sentido de substantivos, de adjetivos, de verbos ou de advérbios. A esses termos damos o nome “termos integrantes da oração”, pois não são essenciais, mas, uma vez que se fazem necessários, para completar o sentido de um termo, também não são dispensáveis.
São dois os termos integrantes da oração: os complementos nominais e os complementos verbais.
Complemento nominal
O complemento nominal serve para completar o sentido de um termo de natureza nominal, mais especificamente de substantivos, adjetivos ou advérbios, integrando ou limitando o seu significado. Uma característica do complemento nominal é ele sempre ser ligado por uma preposição ao termo ao qual completa o sentido.
- Exemplo: Eu tenho orgulho de minha filha.
O termo sublinhado é um complemento nominal, pois está completando o sentido do substantivo “orgulho”. Isso porque “orgulho” é um substantivo transitivo, ou seja, requer a presença de um complemento para completar o seu sentido. Do contrário, se disséssemos: “Eu tenho orgulho”, ficaria a pergunta: “orgulho de quê?”
O complemento nominal pode ser representado por um substantivo, um pronome, um numeral, uma palavra ou expressão substantivada ou por uma oração completiva nominal.
Complemento verbal
O complemento verbal, por sua vez, completa o sentido de um termo de natureza verbal. Há seis tipos de complementos verbais:
- Objeto direto: complementa o sentido de um verbo transitivo direto, não contendo preposição. Geralmente indica o ser para o qual a ação verbal é endereçada.
- Exemplo: Ele escreveu um poema.
- Objeto direto preposicionado: quando o objeto direto vem regido de preposição, geralmente a preposição “a”, em poucos contextos.
- Exemplo: Hoje, louvaremos a Deus.
- Objeto direto pleonástico: em que se repete o objeto direto na forma de um pronome pessoal átono, dando ao objeto maior ênfase.
- Exemplo: O medo, queria-o longe de si.
- Objeto indireto: complementa o sentido de um verbo transitivo indireto, sendo ligado ao verbo necessariamente por uma preposição. Também indica geralmente o ser para o qual a ação é destinada.
- Exemplo: Precisamos de um novo professor.
- Objeto indireto pleonástico: em que se repete o objeto indireto na forma de um pronome pessoal átono, dando ao objeto maior ênfase.
- Exemplo: Aos meus filhos, lhes darei tudo do bom e do melhor.
- Agente da passiva: em orações na voz passiva, serve para designar o ser que pratica a ação sofrida pelo sujeito. É geralmente introduzido pela preposição “por”, embora também possa ser por “de”.
- Exemplo: Este livro foi escrito por um adolescente.
Termos acessórios da oração
Por fim, temos os termos acessórios da oração, que se juntam a um nome ou a um verbo a fim de acrescentar alguma informação que contribua com a sua significação. Convém observar que, diferente dos termos integrantes, os termos acessórios não são exigidos pelos nomes ou pelos verbos, sendo dispensáveis na oração.
São três os termos acessórios da oração:
- Adjunto adnominal, que acompanha um substantivo, especificando ou determinando seu significado. Tem, portanto, valor adjetivo.
- Exemplo: As pessoas felizes vivem mais.
- Adjunto adverbial, que acompanha um verbo, que indica a circunstância da ação verbal, ou intensifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Tem, portanto, valor adverbial.
- Exemplo: Rafaela jogou alegremente o seu novo jogo.
- Aposto, sendo este um termo de natureza nominal que se junta a outro termo de natureza nominal a fim de esclarecer, explicar ou individualizar ele.
- Exemplo: Castro Alves, um dos maiores poetas que já viveu, morreu muito jovem.
Perceba que, em todos esses exemplos, os termos acessórios sublinhados podem ser eliminados da oração sem comprometer o entendimento dela.